07. confidence

1.5K 136 145
                                    

A M É L I A      H A Y E S

— Você parece ter sentido a minha falta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Você parece ter sentido a minha falta.

Gabi afirma enquanto está escorada no batente da porta do meu quarto. Ela se inclina para trás ligeiramente, como se quisesse checar em meu rosto a veracidade da sua afirmação. Reviro os olhos como de costume, lhe concedendo um meio sorriso e então a puxo para dentro do cômodo. Ela parece analisar a minha expressão com um humor duvidoso em seus olhos e antes que eu retruque, seus lábios encontram os meus. Nós nos embalamos em um beijo envolvente no meio do quarto de hotel, nossos corpos em uma espécie de dança cega pelo carpete. É difícil conter o sorriso em meu rosto todas às vezes em que ela me pega desprevenida desta forma, pois é evidente o quanto eu adoro este seu comportamento. Minha língua explora sem pressa o seu lábio inferior, sentindo o quão doce e viciante ela é. Num movimento intuitivo, ela escorrega suas mãos até o meu jeans, apertando minha bunda sem escrúpulos e arrancando um suspiro desejoso da minha garganta.

— Talvez eu tenha sentido sua falta também. — Sussurra contra a minha boca, seu tom de voz rouco e provocativo.

De certa forma, seu discurso estava certo. Havia tido uma modificação em nossos horários desde a última semana, diminuindo excessivamente o tempo em que passávamos juntas durante os treinos. Hoje, por exemplo, tinha escutado àquela voz somente pela manhã quando acordei e mais tarde no preparamento físico das jogadoras na academia. Gabriela e eu não trocamos um diálogo sequer além do "Até mais!" quando a capitã abandonou o meu quarto contra a sua vontade antes do amanhecer. Por outro lado, minha atenção estava sendo priorizada para as jogadoras que mais tiveram lesões nos últimos tempos. Então, consequentemente, minha função estava sendo mais útil na ala de fisioterapia do que para as áreas de treinamento em específico. Tinha consciência de que esse tempo longe uma da outra era necessário. Não só porquê praticávamos nossa individualidade dentro de nossas carreiras tão distintas, mas principalmente porquê nossos encontros ficaram mais deleitosos desde então. Aprendemos a cultivar mais paciência, a manter nosso foco em nossos afazeres pessoais e aproveitarmos ao máximo quando nos era concedido.

— Está bebendo vinho e escutando Cássia Eller sem mim? — Ela se afasta ao reparar na energia do quarto, virando o rosto para me ver — Isso deveria ser considerado traição!

— Agora você é 100% monogâmica? — Arqueei uma sobrancelha interrogativa, sorrindo.

— Eu sempre fui, baby. — Ela pisca para mim antes de bisbilhotar minhas coisas — O que está estudando?

— Na verdade, eu estava lendo ao invés de estudar.

Ryan Holiday. — Ela tem o livro entre as mãos, sorrindo abertamente com a percepção — Eu estou te influenciando, doutora?

— Me inspirando, eu diria.

— Hmmm, então você me considera uma inspiração? — Ela volta a se aproximar, suas mãos serpenteando a minha cintura.

𝐀𝐮𝐫𝐚 | Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora