my little kitten;.(knj+myg)

17°

Pov.Namjoon

Alguns dias depois...

O sol mal havia nascido, e já era dia de dar banho em Yoongi novamente. Como sempre, a rotina começava com ele fugindo pela casa, a cauda eriçada e pequenos rosnados escapando de sua garganta. Seus olhos felinos me lançavam olhares irritados, mas não conseguia deixar de rir da cena. Mesmo com toda a sua resistência, havia algo adorável em vê-lo agir como um gatinho estressado.

— Vamos lá, Yoongi, você sabe que não adianta fugir! — chamei, tentando manter a voz suave enquanto o perseguia.

Ele continuava a correr, tentando se esconder atrás de móveis ou de qualquer coisa que pudesse usar como barreira. Era sempre assim — uma pequena caçada antes de finalmente conseguir apanhá-lo. Quando finalmente o capturei, o peguei no colo, sentindo-o se contorcer e resmungar, as pequenas unhas tentando encontrar algo para agarrar.

— Calma, calma... — murmurei, tentando acalmá-lo enquanto o levava até o banheiro.

Yoongi se debatia o tempo todo, mas só o soltei quando já estávamos dentro do banheiro, com a porta fechada e trancada. Agora, não havia mais para onde ele fugir. A única coisa à sua frente era a banheira cheia de água quente que eu havia preparado com todo cuidado.

Ele me lançou um olhar mortal, claramente insatisfeito, mas eu sabia que, no fundo, ele sabia que não havia outra saída. A luta foi intensa no início, com Yoongi tentando evitar a água a todo custo. Ele resmungava e se agitava, mas, com paciência, consegui colocá-lo na banheira. Eventualmente, ele começou a se acalmar, e o banho que antes parecia uma batalha, se transformou em um momento mais tranquilo.

Enquanto esfregava seus ombros, sentia-o relaxar sob meu toque. Yoongi, agora mais calmo, me permitia lavar seu corpo sem maiores resistências. Era um momento quase íntimo, onde a tensão entre nós dois parecia se dissolver junto com a espuma da água. A calmaria após a tempestade.

Quando terminei, fiquei de pé, preparando-me para ajudá-lo a sair da banheira. No entanto, meus pés encontraram um pouco de água no chão, e antes que eu pudesse reagir, escorreguei. Minhas mãos, instintivamente, se agarraram ao que estava mais próximo — Yoongi. O movimento brusco o puxou comigo, e em um instante, estávamos ambos dentro da banheira, ele em cima de mim.

Houve um momento de silêncio absoluto. Yoongi estava sobre meu colo, os olhos arregalados de surpresa, o rosto um pouco vermelho. Eu também estava sem palavras, o constrangimento tomando conta de mim ao perceber a posição em que estávamos. Sua pele estava quente pelo banho, e seu olhar, embora curioso, carregava um toque de incerteza.

— Desculpe… — murmurei, sentindo minhas bochechas esquentarem.

Yoongi não disse nada. Ele apenas continuou me olhando, como se tentasse entender o que acabara de acontecer. Seus olhos escuros pareciam penetrantes, e eu podia sentir o calor de seu corpo contra o meu. A situação era estranha, e eu não sabia exatamente o que fazer a seguir.

Finalmente, Yoongi piscou, quebrando o contato visual e desviando o olhar. Lentamente, ele começou a se levantar, o rosto ainda ligeiramente corado. Eu o ajudei, tentando ignorar o fato de que meu coração estava batendo mais rápido do que o normal.

— Acho que… podemos terminar o banho agora. — ele disse, sua voz baixa e um pouco hesitante.

— Sim, claro… — concordei, tentando não parecer tão desconcertado quanto me sentia.

Ajudei-o a sair da banheira, e ele aceitou minha ajuda sem protestar, embora seus movimentos fossem um pouco mais cuidadosos, talvez tentando evitar outro incidente embaraçoso. Enquanto ele se enxugava, eu permanecia em silêncio, ainda tentando processar o que havia acabado de acontecer.

Após o banho, Yoongi parecia mais calmo, talvez um pouco reflexivo, e eu me perguntei se ele também estava tentando entender o que significava aquela troca silenciosa entre nós. Terminei de me secar e, em seguida, saímos do banheiro, cada um indo para um lado, ainda envoltos em nossos pensamentos.

Havia algo diferente no ar, mas nenhum de nós parecia pronto para discutir isso ainda. Em vez disso, seguimos com a rotina, como se nada tivesse acontecido. Mas sabia que algo havia mudado, mesmo que de forma sutil. Algo havia sido despertado naquela banheira, e apenas o tempo diria o que aquilo realmente significava.