Olhos de vidro

Capítulo 16

O sol nasceu atrás das árvores, mostrando a S/N que mais um dia estava começando em sua caótica vida de desempregada a partir daquela manhã.

Castro saiu, depois de muita dificuldade da cama, pisando no chão gelado e caminhando em direção a cozinha e passando pelo quarto dos hóspedes, sabendo que precisaria visitar seus pais antes de sair em busca de um novo emprego.

O som de batidas na porta ecoam, e ela não sabia e nem estava esperando visitas, mas foi em sua direção, tocou na maçaneta e a abriu, encontrando Margô sorrindo enquanto vestia uma camisa social branca, calça de alfaiataria preta e óculos de sol, segurando uma bolsa preta simples e sorrindo ao vê-la com pijama e cara amasada.

- O que faz aqui?

- Vim lhe levar para um passeio.

- Tenho mais o que fazer, Margô.

- Ah, vai! Vamos logo!

Margô entrou sem pedir licença, deixando sua bolsa sobre um criado mudo ao lado da porta, sentando no sofá e cruzando as pernas.

S/N só fechou a porta, olhando para ela com os braços cruzados e sobrancelha arqueada, percebendo a falta de vergonha na cara da mulher em sua frente.

- Vamos? Está esperando o que?

- Não vou a lugar algum.

- Você está sentindo vergonha de mim? Justo de mim que já vi tudo?

Castro trava a mandíbula, negando e caminhando em direção ao quarto, abrindo a porta e escutando os passos de Margô indo em sua direção e entrando.

- Com licença? - fala S/N.

- Vamos ver o que temos aqui.

- Margô, com licença?

- O que foi S/N, você está com vergonha de mim?

- Sim! Com licença?

- Ah, vai?! Você esqueceu o que aconteceu? Por que você acha que eu não largo do seu pé? - ri.

- Pensei que você tinha esquecido disso, assim como eu! - a olha séria.

- Um pouco difícil.

- Olha, Margô... - se aproximou - O que aconteceu entre nós duas foi por causa da bebida, só isso. Ok? Somente isso!

- Tá, mas isso não significa que você não possa sair comigo, não é?

- Não! Mas eu prefiro ir atrás de ....

- De descansar e descarregar as energias negativas. Vamos!

S/N riu da ousadia, mas expulsou Margô de seu quarto com uma certa forma de brincadeira, fechando a porta e seguindo em direção ao banheiro, tomando um banho de quase 10 minutos, saindo enrolada por um roupão bege, e caminhando até a cama, pegou sua roupa mais simples e elegante, secou os fios com secador e os penteou, vendo diante do espelho uma mulher linda, elegante e charmosa, começando a rir de suas falas direcionadas a si própria.

A porta foi aberta e Margô a olhou, dizendo:

- Uau, que gata!

- Para de graça! Vamos? Onde você vai me levar?

- Você vai saber.

Em Londres, Adele abria os olhos lentamente ao sentir uma luz atravessando as cortinas e tocando em seu rosto.

Seu corpo coberto pelos cobertores grossos e cheirosos, lhe deram o espaço para se espreguiçar, levando os braços para cima da cabeça e sentindo oa músculos esticando, enquanto o tecido cobria seu corpo completamente nu.

Seus fios loiros bagunçados sobre os travesseiros, lhe dava a certeza de que havia feito o que não imaginava fazer, mas que jamais iria esquecer.

Adele sentia os toques de Joseph em sua pele, os beijos em seus lábios e a sensação de excitação ao simples fato de lembrar o que ele lhe fez sentir. Mas assim que virou na cama, encontrou o quarto completamente vazio e a cama arrumada.

- Não acredito que ele foi embora!

A mulher se sentou na cama, segurando os lençóis em seu corpo para não ficar completamente nua e ter o risco de algum empregado a vê.

- Não acredito!!

Adele sentiu raiva, agarrando o celular e vendo que eram 6h da manhã, então criou forças para sair da cama, mas ao ameaçar fazer, viu a porta abrindo lentamente e o homem parando ao perceber que ela estava acordada.

Em suas mãos a bandeja de café da manhã era a prova de que ele queria lhe fazer uma surpresa, mas o surpreendido foi ele ao vê-la acordada e lhe olhando com uma expressão de raiva misturada com alegria.

- Bom... Dia?

- Oi... - sorri - Bom dia. Pensei que você tinha...

- Ido embora?

- Sim!!

- Jamais!