Capítulo 50

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As luzes dos postes de energia iluminavam o táxi que levava S/N para seu "encontro" misterioso após ver Adele saindo em busca de Joseph no hospital.

O táxi seguia avenida adentro e elogiando a mulher no banco de trás, estava o motorista falando palavras gentis e educadas para ela, até chegarem em frente a um luxuoso restaurante no coração de Munich.

S/N desceu do carro após pagar pela viagem, caminhou entre um corredor de flores até atravessar uma porta  aberta e totalmente de vidro, encontrando no inteiro do imenso espaço, cadeiras vazias e apenas uma pessoa lhe olhando com um sorriso de fascínio desenhado nos lábios enquanto se levantava de onde estava para recebê-la, e assim lhe cumprimentar com elogios e uma dose de sarcasmo ao falar:

- Tudo isso é para mim?

- Bem-vinda a Munich.

S/N se aproximou de sua colega de trabalho e, às vezes, amiga Margô, assim que chegou perto da mesa, abraçando ela e dizendo que no fundo estava com saudades, assim como a outra brasileira.

O abraço era apertado, mas a produção de S/N não batia com as vestimentas de Margô, que assim que se afastou, olhou para ela dos pés à cabeça, girando a mulher que sorriu enquanto a outra falava:

- Tá! Isso tudo não é para mim, não é?

- Por que não seria?

- Simplesmente, porque não! - ri, se afastando e a olhando para ela - Por que isso tudo?

- Preciso da sua ajuda.

- Agora a vestimenta faz sentido - ri.

S/N e Margô se olharam, começando a longa conversa que levaria a noite e talvez um pouco da madrugada, enquanto na mansão, Adele olhava para Joseph caminhando de um lado para o outra na imensa cozinha, pegando material para um jantar romântico entre ambos, antes de Ângelo chegar, mas ninguém sabia que o menino tinha sido levado pelo pai para a Suíça, sendo impossível estar ao lado da mãe no dia seguinte.

Joseph olhava de relancé Adele negando com a cabeça ele estar de pé ao invés de descansar, mas ele não conseguia ficar sem fazer nada que aqueça seu corpo, independentemente de seu estado de saúde. Então o mínino era um jantar romântico para compensar a falta que ele fez no jantar de antes.

- Não precisa, você sabe, não é?

- Sei! Mas é o mínimo por eu faltar.

- Joseph, pelo amor de Deus, você sofreu uma agressão! - ri, se levantando e caminhando em direção ao homem e à cozinha, dando a volta e o abraçando por trás - Todos entendemos.

Adele levou uma de suas mãos à única mão ocupada de Joseph, fazendo ele parar de fazer o que estava fazendo, e nesse momento o virou lentamente enquanto encostava o corpo do mesmo na bancada de mármore, sentindo ele a segurando na cintura e ouvindo:

- Você não precisa provar nada sempre, sabia?

- Provar?

- Você sempre quer ser tão certinho, que às vezes você só precisa ser um homem comum. - se apoia no corpo dele - Às vezes, basta ser um homem que não faz nada sempre. - ri - Senão... Quando eu vou poder fazer alguma coisa por nós dois, já que você faz tudo?

Joseph sorriu, sentindo ela se abraçar a ele e dizer que ela só queria que ele ficasse bem, pois foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida, e que precisava tê-lo ao seu lado, pois sentia que algo iria acontecer de mais difícil para ela suportar, mesmo que não soubesse do que se tratava, mas o coração dela estava sentindo isso.

O homem aceitou não fazer nada, e apenas a abraçou, vendo ela se acomodar entre seus braços e respirar mais calmamente, sentindo o vento da noite abraçando ambos por longos minutos.

Longe dali e vendo a reação de Margô em completa surpresa, S/N perguntava:

- Então?

- Para quem não queria nem ver a Adele, você está querendo muito mais que isso, não é?

- Sinto que é a coisa certa.

- Para quem? Você ou ela?

- Ambas!

Margô cruza os braços, jogando o corpo para trás e pensando se aceitaria participar do que ouviu por parte de S/N, enquanto a mulher em sua frente lhe olhava com a esperança de isso acontecer.

- Tá bom! Como você pretende fazer isso?

- Ainda não sei, mas eu vou pensar em um jeito de fazer isso.

- Ela sente a mesma coisa por você, S/N?

- Não sei! Mas eu não posso deixar isso continuar.

- Você vai correr o risco de ela odiar você para sempre se der errado, sabe disso, não sabe?

- Por isso, vou pensar antes de agir.

- Também senti sua falta - brinca.

- Eu também! - ri, fazendo ambas rirem em pleno restaurante.

Olhos de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora