Capítulo 83

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Adele caminhava lentamente por uma escada e lembrava do que havia acontecido minutos atrás, e isso lhe fez parar, respirar e olhar para o belo teto de sua mansão em Las Vegas, sentir o corpo trêmulo e uma vasta chance de surgir uma crise de ansiedade que jamais teve por meses.

A respiração falhava, o peito era prensado pelo nada e ela não conseguia respirar, mas aos poucos tudo foi voltando e ela foi se acalmando, continuando a descer e chegando a sala, onde se sentou e nunca quis tanto que Joseph estivesse com ela, mas ele estava ocupado demais na organização do segundo show na cidade.

Os minutos passavam e ninguém aparecia no imenso local, e Ângelo dormia no segundo andar, sendo o momento certo para S/N descer com uma única mala, ver Adele lhe olhando e fechando a expressão ao perceber a aproximação, além de falar:

- Você será paga como deve.

- Não quero o seu dinheiro!

- Mesmo não querendo, você vai ter! - fala firme e segue até a porta, abrindo e esperando para vê-la sair - Bom dia.

- Você sabe que eu estou certa, não sabe?

- Eu sei que você tem que sair.

S/N sorriu, seguindo calmamente em direção à ela e parando bem em sua frente.

- Você vai me pedir desculpas, Adele. E eu estarei aqui para lhe ajudar a acalmar seu sofrimento.

- Eu já não lhe dei o que você queria? Agora saia!

- Não! Você não me deu o que eu queria, mas... - se afasta - Cada coisa no seu tempo, não é mesmo?

- Saia!

S/N concordou, olhando para ela e se afastando até sair definitivamente da residência e colocar a mala no porta-malas do táxi, enquanto Adele assistia com os braços cruzados e sem mover nenhum músculo para ajudar a mulher que havia mandado embora.

Ela entrou, fechando a porta e vendo Adele ficar ainda mais pequena enquanto o carro saia dos muros da mansão avaliada em milhões de dólares, assim como percebeu a cantora entrando e fechando a porta.

Adele se sentia estranhamente leve enquanto olhava para o anel em seu dedo, lembrando da noite linda que teve ao lado do seu, agora, namorado oficial.

Mandar S/N embora, não estava sendo fácil, mas ela não se sentia tão mal quanto imaginou sentir se fizesse. Ela apenas entrou, agarrou o celular e avisou sobre a demissão, deixando todos em alerta que pelo menos um membro não estava mais. Depois desligou e sorriu, abrindo os braços e sussurrando:

- Acho que essa casa precisa de uma limpeza de energia

No táxi, S/N olhava pela janela e não sentia nenhum sentimento por sair do local em que foi feliz, apena mandava mensagem de texto e confirmava quando perguntada sobre alto, voltando a deixar o celular na bolsa e apreciar a paisagem que se formava com o passar das horas.

- Ainda não acabou, Adele. Estamos, apenas, começando - sorri.

Olhos de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora