Capítulo 10

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As roupas sujas de lama após o acidente enquanto estava à caminho de mais um dia de trabalho, deixou S/N Castro com uma péssima impressão e humor raivoso ao saber que sua melhor vestes estava em estado deplorável, e justamente usada em uma reunião importante prestes a acontecer.

O fone de ouvido ainda tocava Adele, uma forma de se acalmar e não colocar os pés pelas mãos ao chegar em frente a um imenso prédio comercial de janelas de vidro e lixo estampado em cada centímetro visível.

Seus passos lhe fizeram entrar, passar por um segurança educado e preocupado em vê-la daquela forma, então indicou o cômodo de achados e perdidos, mas não havia mais tempo para isso.

S/N seguiu com sua força e coragem em direção a recepcionista, que segurou o riso, mas soltou ao perguntar o que havia acontecido.

- Somente um escroto se achando o dono da rua. - percebe a mulher segurar o riso - Se você soubesse a raiva que estou sentindo, riria e eu não me importaria. O chefe já chegou?

- Não, ele está preso no trânsito e... Meu deus, vai nos achados e perdidos. Você está cheirando a areia molhada.

- Nossa, Fernanda, muito obrigada pelo aviso! - fala com um sorriso de sarcasmo.

Assim que Castro virou, encontrou ao longe sua amiga/Colega Margô se aproximando com os olhos arregalados ao ver seu estado.

- Deixa que eu adivinhe, você irá me perguntar o que aconteceu e eu vou me irritar. Aí você vai insistir no lance do bendito show da Adele, que custa uma faca o ingresso, vou me irritar ainda mais, irei fazer uma péssima reunião e você vai sair vitoriosa?

Margô não havia falado absolutamente nada, mas S/N estava certa em cada palavra, só não deixou isso claro para ela naquele momento, apenas a olhou e ergueu as mãos em rendição, vendo ela passar ao seu lado e seguir até o elevador, entrar e esperar as portas se fecharem.

- O que foi que deu nela? - pergunta Margô.

- Se eu tivesse tomado um banho de lama, horas antes de uma reunião importante com o chefe, eu também ficaria assim. - diz uma das recepcionistas que apenas observava as mulheres falando.

- Tá, mas é só trocar de roupa! - brinca Margô.

- Nem todos possuem um closet do tamanho do seu, Margô.

Margô travou a mandíbula, percebendo a mulher que antes não falava nada, lhe deixando claro que ela era uma mulher fútil e esnobe ao falar algo que muitos (na cabeça dela), falariam.

- Vou voltar para o trabalho, que é a melhor coisa que faço! - afirma Margô.

- Também acho uma ótima ideia!

Em Londres e repassando pela última vez, a passagem de som estava Adele, usando sua roupa mais linda para aquela noite de espetáculo.

A mulher continuava com o mesmo vestido preto, longo e justo de quando Joseph entrou em seu quarto para lhe dar um presente.

As estrelas brilhavam no céu como pisca pisca e olhando-as estava a mulher de intensos olhos verdes, fios dourados e pele branca.

Ela respirou fundo e começou a cantar Oh my good, uma de suas canções mais animadas e que lhe fazia dançar, mesmo de forma discreta, no palco e para centenas e milhares de pessoas sempre que os portões eram abertos.

A mulher começou a dar passos animados de um lado para o outro, sendo observada por Joseph a distância, que sorria com suas caras e bocas até cantar o refrão:

Oh my God, I can't believe it
Out of all the people in the world
What is the likelihood of jumping
Out of my life and into your arms?
Maybe, baby, I'm just losing my mind
'Cause this is trouble, but it feels right
Teetering on the edge of Heaven and Hell
Is a battle that I cannot fight.

A forma atraente como a voz de Adele ecoava chegava a todos os cantos do local, fazendo o homem se esconder na escuridão, encostar na parede e apenas observar fascinado com o quanto Adele era uma linda e atraente com apenas um olhar.

A música acabou e com ela uma Adele sentada na ponta do palco, segurando o microfone e olhando para o céu, controlando as mesmas estrelas de antes, enquanto Joseph percebia que a famosa Adele era apenas uma mulher comum que se via encantada por coisas simples.

Olhos de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora