Capítulo 22

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S/N caminhava pelos corredores estreitos e cheios de caixas pretas e detalhes em prata, onde muitas estavam abertas e sendo preenchidas com esquipamentos ou roupas.

Ela observava o quanto era trabalhoso dar vida a um show, ainda mais naquelas proporções.

Seus passos seguiram até chegarem ao palco principal, não sabendo como ela havia encontrado aquele local no meio de uma cidade, pois era isso que parecia o show de Adele.

O local onde toda as estruturas foram montadas, era tão grande, que poderia colocar várias campos de futebol, um ao lado do outro, ou criar um ginásio olímpico de respeito para muitas gerações.

- Caraca.

S/N estava tão surpresa com o que o dinheiro poderia comprar e construir, que deu passos sem perceber que estava chegando ao centro de tudo, assim como não percebeu que a própria Adele estava atrás dela, usando um suéter preto e calça de algodão, sem saldo e fios presos em um rabo de cavalo, mas que foi solto minuto depois.

Adele observava de longe a mulher encantada e surpresa com tudo ao redor, e até às ajoelhou para pegar algo no chão, voltando a erguer a postura e falar:

- Enorme!

- Sim!

S/N virou rapidamente, encontrando a mulher que cantava a horas atrás naquele mesmo local, olhando para ela e se aproximando a passos calmos e tranquilos, passando ao seu lado e continuando.

- É o maior palco que já estive. - a olha.

- Parece uma cidade.

- Mas o intuito é exatamente esse, fazer uma cidade onde todos e todas se sintam em casa, assim como eu. - sorri.

- Ah sim!

Adele percebeu que a mulher em sua frente estava demonstrando chateação pelo que aconteceu assim que se conheceram, e no fundo, a própria cantora não era da forma que falou ou tratou a chegada de A/N, e ela sabia que precisava se redimir.

- Peço desculpas pelas palavras de algumas horas atrás. Não sei porquê aquilo, mas sei que se está nessa equipe, é porque você mereceu.

- Obrigada! - fala fria, forçando um sorriso.

- Não causei uma boa primeira impressão, e eu já percebi - sorri e se aproxima, pegando nas mãos da mulher e a olhando nos olhos - Mas, eu sou como eu demonstro ser nos meus shows. Farei você se sentir à vontade e entender essa família que temos. - se aproxima ainda mais - Bem-vinda Castro e... - se afasta - Vamos comemorar.

- Comemorar?

- Sim! Sempre comemoramos algo bom, como por exemplo o show que foi um sucesso, e agora, iremos comemorar a sua chegada, que por sinal foi muito estranha.

- Eu que o diga!

S/N se permitiu sorrir com seu lado meigo e carinhoso, como sempre fazia com quem amava, e isso chamou a atenção de Adele, que percebeu que por trás daquela muralha criada de alguém que havia acabado de chegar um novo mundo, estava uma mulher, aparentemente inteligente, carinhosa, determinada e focada em dar o seu melhor.

A forma como S/N agia, seu inglês de quem aprendeu em cursos, mostrou que ela não era definitivamente inglesa.

- Posso perguntar uma coisa? - fala Adele, chamado a atenção de S/N que confirma - Você é de onde?

- Rio de Janeiro.

- Ah, a cidade que eu sempre quis conhecer. - sorri imensamente - Lá é tão lindo!! Tem praias maravilhosas, tem aquela montanha... Qual o nome?

- Pão de Açúcar?

- Sim! Acho lindo demais! Ver a cidade inteira lá de cima deve ser um sonho.

- Sim, é.

- E como você chegou aqui? - cruza os braços, mostrando total interesse.

- Me inscrevi em um dos shoppings do Rio de Janeiro. Fiz para passar tempo, recebi um e-mail informando que eu fui aceitar e que iria ter uma entrevista. - segura o riso, vendo Adele arquear a sobrancelha - Confesso que eu achei que eram fãs lunáticos, e só me inscrevi por brincadeira.

- E depois?

- Bom... Depois...

Olhos de vidroOnde histórias criam vida. Descubra agora