Torre Eiffel

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POV S/N
- Flávia, acorda- falo dando um beijinho na bochecha dela.

- Se eu fingir dormir, você me dá outro beijo?- falou com uma voz rouca que me fez arrepiar.

- Você sabe que não precisa fingir que está dormindo para eu te dar um beijo, né? É só pedir- falo com as bochechas coradas.

- A é? Então eu quero outro- ela falou com os olhos abertos, olhando diretamente nos meus olhos. Não sei da onde eu tirei coragem, mas me deitei levemente sobre ela e beijei o canto do lábio dela, me demorando mais do que o normal. Levantei parecendo um tomate e gaguejei:

- E-eu vo-vou tomar banho- e entro rapidamente no banheiro ouvindo a risada de Flávia vindo do quarto.

Meu Deus. O que eu fiz? Penso escorada na porta. Por que caralhos eu quero ficar perto dela toda vez que a vejo? Por que meu coração acelera e parece que tem borboletas no meu estômago? Eu nunca senti isso perto de nenhuma amiga minha, também nunca senti isso perto de um garoto, nem no meu primeiro beijo. O que está acontecendo comigo?

POV Flávia Saraiva

O que essa menina está fazendo comigo?

Nunca fiquei querendo alguém como quero ela. Claro, já peguei muitas mulheres, tanto que já me assumi publicamente lésbica. Mas nunca me se senti tão atraída por alguém como estou atraída por ela. E o que Júlia me falou no bar em São Paulo não sai da minha cabeça. Quero descobrir o que está garota já sofreu e a lidar com isso. Aquela crise que ela teve no ginásio foi forte, não quero ver ela passando por isso novamente.

Fico mais um tempo pensando na cama quando ouço a voz que é culpada por meus pensamentos.

- Flávia, vc consegue me alcançar a toalha? Eu esqueci em cima da cama- olho para a cama dela, pego a toalha e bato na porta.

- Obrigada- ela pega a toalha rapidamente e fecha a porta. Separo a minha roupa quando ela sai com os cabelos molhados. Vou até ela e a abraço só para sentir o cheiro de seu cabelo.

- Que cheirosa- falo cheirando o cabelo dela. Ela apenas dá uma risadinha e separa o abraço. Por mim eu ficava durante horas. Deus, por que estou tão boiola? Pego as minhas roupas e toalha, indo direto para o banheiro.

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Todas as meninas se reuniram no saguão do hotel para pegarmos o metrô e ver a torre Eiffel.

Ela era muito linda. Principalmente de noite. Tanto a torre quanto a S/N.

- Tira uma foto minha?- ela falou me entregando o seu celular. Me posicionei bem e tirei a foto- muito obrigada. Quer que eu tire uma sua?

- Só se for com você- as palavras saíram automaticamente da minha boca. Jesus, Maria, José, o que eu acabei de falar? Ela me puxou pela cintura e eu abracei o ombro dela e tiramos uma selfie. Logo Júlia aparece e pega o celular da S/N para tirar uma foto nossa. Apoio o meu peso no ombro dela, a fazendo se abaixar para eu dar um beijo em sua bochecha. Ela deve ser um palmo mais alta que eu.

- Ficou perfeita!- Júlia falou sorrindo e entregando o celular para a S/N. A foto ficou linda, quem visse de longe acharia que a gente é um casal.

    - Me manda depois?- pergunto para ela.

- Claro- respondeu sorrindo.

Tiramos mais algumas fotos e fomos em um barzinho mais perto do metrô, para conseguirmos voltar para o hotel com facilidade se estivermos bebadas.

POV S/N

Começamos a beber, e aos poucos todas estávamos animadas, dançando e rindo alto. Eu e Flávia começamos a nos encarar e perecia que não existia nada mais além disso. Até que o meu celular toca. Mãe. Respiro fundo, indo para um canto mais silencioso do bar e atendo, orando para que não seja nada de mais.

- ONDE VOCÊ ESTÁ? PORQUE NO MEU CELULAR ESTÁ FALANDO QUE VOCÊ ESTÁ EM UM BAR?- começamos muito bem.

- Por que talvez eu esteja em um bar?

- MENINA RETARDADA, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? VÁ DIRETO PARA O HOTEL, QUANDO EU CHEGAR AÍ VOCÊ VAI SE VER COMIGO.

- Não- falei com uma coragem que eu nem sabia que existia.

- COMO É QUE É? NÃO ME OUSA A DESOBEDECER...

- Já estou de saco cheio disso. Eu estou com as minhas amigas, vou beber, vou dançar e quero que você se exploda- falei encerrando a ligação. Minha mãe tenta me ligar de novo, mas bloqueio ela.

Meu Deus. Eu ainda não acredito que falei isso.

    - Está tudo bem?- falou Lorrane com uma cara de preocupada.

    - Eu preciso beber -falei puxando ela pelo braço e pedindo uma bebida no bar.

    Depois disso tudo virou um borrão para mim.

POV Flávia Saraiva

    Eu só tomei uns drinks no rolê inteiro. Percebi que o resto das meninas começaram a se animar demais e achei melhor me manter sóbria.

    - Vem vamos dançar- chegou S/N do nada me puxando pela mão. Ela parecia bem bêbada. Começamos a dançar quando de repente ela virou de costas e começou a rebolar para mim. Eu não tive outra reação a não ser de segurar sua cintura e ficar hipnotizada por seu corpo. A música acabou e a gente foi se sentar para descansar. Eu não conseguia tirar essa imagem dela rebolando para mim da minha mente. Eu a queria mais que tudo.

    - Vamos em bora?- falou Rebeca.

    - Bora, vamos chamar o resto das garotas- logo nós reunimos e pegamos um metrô para ir ao hotel. Eu estava em pé no vagão com a S/N ao lado de Rebeca quando vi um homem olhando com malícia para ela.

    - S/N, vem aqui- a chamei e ela veio. A coloquei de frente para mim, abraçando a cintura dela com um braço e outro no corrimão que tinha no meio do metrô. Ela apenas me abraçou de volta e colocou a cabeça dela no meu pescoço, passando o nariz nele. Porra, agora não. Isso me causa cosquinhas. Apenas trinquei os dentes e S/N parou de fazer isso. Logo chegamos no hotel.

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Esse é o capítulo de hoje, não esqueçam da estrelinha e nem de comentar!

E mesmo depois de tudo... (S/N & Flávia Saraiva)Onde histórias criam vida. Descubra agora