A medalha

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POV S/N

    Depois de dias sem fazer praticamente nada, finalmente chegou o dia da primeira competição em grupos. Eu realmente estava bem desanimada, mas não posso deixar as meninas perderem por causa disso.

    Estou agradecendo aos céus pelo voo da minha mãe ter sido cancelado e o próximo voo só chega hoje a noite. Mas amanhã eu vou ter que encarar ela depois da apresentação que ela está esperando que eu ganhe medalha, mais especificamente de ouro. Bufo com o pensamento.

    Eu e Flávia não nos falamos mais como antes. Agora as coisas não fluem com a mesma leveza. Estou me arrumando no vestiário, conversando com as meninas. Saímos e começamos a nos aquecer.

- Então né...- eu estava falando com Lorrane quando vejo a Flávia caindo das barras assimétricas - puta que pariu- o médico da seleção já tinha ido ir ver ela e estão vindo ao banco- meu Deus- falei agachando na frente dela vendo a sobrancelha dela sangrando muito - você está bem?- pergunto com uma cara de preocupação e pegando as mãos dela.

- Estou- falou enquanto fazia uma careta de dor. Logo o médico chegou e eu tive que me afastar para que ele pudesse cuidar dela.

- S/N, você pode passar um corretivo em baixo do meu olho- Flávia falou sentando do meu lado depois do médico por um curativo na sua sobrancelha.

- Olha, tá com um machucadinho, acho que pode borrar se começar a sangrar na hora da apresentação.

- Ah, então deixa- ela falou colocando a mão dela por cima da minha que estava em cima da minha coxa. Dei um sorrisinho discreto para ela e esperamos ela ser chamada.

- Flávia Saraiva- chamaram ela e eu apenas dei um aperto na mão dela.

A apresentação dela não podia ser melhor. Ela fez tudo tão perfeita, do jeito que ela é.

Ela chegou toda animada e eu abracei ela muito forte. Queria passar toda energia positiva para ela. E todo mundo foi se apresentando. Eu era a última, e iria fazer a trave.

- S/N S/S- respiro fundo levantando e indo até a trave. Me inspirei na entrada Soares, a entrada que a Júlia inventou e não errei uma única vez. Não cai e ainda sai cravando. Arrasei de mais. Mas eu sentia que o meu lugar não é ali. Dou um sorriso forçado para as câmera e me sento ao lado de Flávia que me abraça. A abraço forte não querendo soltá-la. Ao meu lado posso ouvir as britânicas gritando, achando que haviam ganhado a medalha. Até sair a minha nota. 15.579. Porra. Eu realmente não acreditei no meu potencial. Todo mundo me abraça chorando. Havíamos ganhado o bronze. As meninas estavam pulando e comemorando quando sinto Flávia chegando perto de mim e me abraçando de novo.

- Não está feliz?- ela perguntou chorando no meu ombro.

- Estou- falo a apertando em meus braços. Não posso estar feliz por conta da medalha. Mas com certeza estou feliz por poder conhecer essas pessoas incríveis. Eu e Flávia levantamos e nos reunimos com as garotas. Saímos no tablado dançando com a bandeira do Brasil. Eu estou verdadeiramente feliz por estar ao lado delas. Elas são maravilhosas.

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    Eu e Flávia chegamos de braços dados, rindo e com a medalha no pescoço. Não tinha palavras para expressar a nossa felicidade. Cada uma se jogou na sua cama ainda rindo.

    - Flávia, você incrível. Mesmo depois de você ter se estabacado no chão- falei olhando para o lado e sorrindo para ela.

    - E você com aquela trave incrível que garantiu a nossa medalhada?- ela falou olhando para mim.

E mesmo depois de tudo... (S/N & Flávia Saraiva)Onde histórias criam vida. Descubra agora