Capítulo|13

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— Oh não, o que vamos fazer?! — Exclamou Mia, os olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma.

— Esse é o carro do Dustin! Ele vai enlouquecer se descobrir! — Becca girou para o lado, a mandíbula tensa e as mãos apertando as próprias coxas, como se buscasse controle.

— Olha no que deu! Não custava nada ter deixado Shake It Off  tocar!

Becca franziu a testa e arregalou os olhos. Parecia indignada com as palavras da colega de cabelo azul.

— O quê?! Agora você vai jogar a culpa em mim, só porque eu queria ouvir Trouble ? — Defendeu-se.

Era inacreditável que estavam novamente discutindo com as músicas da Taylor. Céus! Alguém pode chamar a Swift?

— Se tivesse deixado tocar a minha música primeiro, não teríamos distraído Leona. — Mia rebateu e logo as duas fitaram a outra colega.

Leona encarava o carro preto que antes exibia uma elegância e luxo, agora estava marcado por uma grande raladura ao longo do lado direito. A garota não tinha noção de quanto aquele veículo custava.

Vinte mil dólares?

Cem mil dólares?

Com certeza era caro. O peso da culpa a esmagava. Como pôde perder tanto controle assim?

“Era só pisar os freios! Era só pisar os benditos freios”

A frustração fervia em seu peito.

Na realidade ela havia pisado nos freios sim, só que de olhos fechados, na tentativa de deixar o espaço vago para o condutor maluco, ela acabou batendo o carro na cerca metálica que delimitava a estrada. Graças a Deus não aconteceu o pior.

— E-eu sinto muito...— Pediu mais uma vez, a voz mal saindo.

— Pare de se desculpar! Ninguém tem culpa se aquele bêbado estava vindo em alta velocidade! — Mia gritou, o tom grave fez Leona estremecer. O clima estava tenso, quase palpável, como uma corda prestes a se romper.

— Ah não, a culpa foi sua também! — Becca apontou para Mia, a raiva fervilhando. — Graças à sua ideia maluca, agora estamos aqui!

— Se você não quisesse devia ter negado, assim que eu propus a ideia, não acha?! — A garota de cabelo azul tentou defender-se. Mas era claro que ela estava ciente que era culpada por ter sugerido aquele passeio.

Quem contava que sua ideia maluca fosse dar naquilo?

Pois é, ninguém. Ninguém contava.

— Olha, eu... eu não tenho dinheiro agora, mas se for para eu pagar pelo dano...

— Cala a boca, Leona! Você não vai pagar por nada! — A paciência de Becca já havia atingido o limite. A loira passou a mão pelo cabelo, os dedos trêmulos, lutavam para manter a compostura. O nervosismo dela era contagiante.

As três  garotas sentaram no capô do carro. O veículo estava parado na estrada, no meio do nada. Eram só mais alguns quilômetros até que chegassem a escola.

Subitamente um silêncio sufocante tomou conta do grupo. Era como se o arrependimento pesasse sobre  elas.

Droga.

Como foram capazes de chegar até esse ponto. Era só ter delvovido as benditas chaves do carro e todas agissem como se nada tivesse acontecido.

Mas não.

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