A noite estava quente e abafada, com o céu tingido por uma tonalidade laranja enquanto o sol se punha sobre a cidade. Em uma cobertura luxuosa, S/N estava em pé, observando as luzes da cidade abaixo, perdida em pensamentos. Na mão, uma foto antiga da época da escola, já amarelada pelo tempo. Era uma foto de um grupo de estudantes sorridentes, e ali, no canto, estava Donna Troy.
"Como as coisas mudaram...", murmurou S/N para si mesma, passando o dedo sobre a imagem de Donna. As memórias daquele tempo pareciam tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão vivas. S/N lembrou-se de cada detalhe, de como sempre observava Donna de longe, esperando por um sorriso, um olhar... qualquer coisa que pudesse significar que ela notava sua existência.
Mas Donna nunca percebeu. Ela sempre estava cercada por outros amigos, sempre com algo mais importante para fazer. E S/N, apesar de seus sentimentos crescentes, nunca teve coragem de se aproximar, de dizer o que sentia.
Essas lembranças, porém, agora estavam tingidas de amargura. S/N fechou os olhos, reprimindo a dor que ainda latejava em seu peito, uma dor que, ao longo dos anos, foi transformada em raiva e, eventualmente, em algo mais sombrio.
"Você escolheu ignorar o que estava bem na sua frente, Donna," S/N sussurrou, os olhos brilhando de determinação. "Agora é minha vez de fazer com que você me note."
Em outra parte da cidade, Donna Troy, agora Wonder Girl, caminhava pelas ruas, atenta a qualquer sinal de perigo. Havia rumores de uma nova vilã surgindo na cidade, alguém que estava se tornando uma ameaça real. Mas o que mais intrigava Donna era o fato de que essa vilã parecia ter um interesse especial por ela.
"Por que eu?" Donna se perguntou em voz alta, enquanto se aproximava do local onde o último incidente havia ocorrido. "O que essa pessoa quer comigo?"
Enquanto caminhava, algo familiar começou a surgir em sua mente. Uma sensação de déjà vu. Era como se conhecesse essa pessoa... de algum lugar.
Chegando ao local, Donna encontrou um armazém abandonado, as portas abertas como se estivessem esperando por ela. Donna entrou cautelosamente, os sentidos alertas.
"Eu sei que você está aqui," disse Donna, a voz firme ecoando pelo espaço vazio. "Mostre-se!"
Uma risada suave e amarga ressoou pelas paredes, fazendo Donna se virar em alerta. "Você sempre foi tão direta, Donna. Sem rodeios, sem hesitação. Admirável, eu diria."
Donna se moveu em direção à voz, a respiração controlada. "Quem é você? E por que está atrás de mim?"
Das sombras, S/N apareceu, agora vestindo um uniforme escuro que refletia a nova persona que havia adotado. O olhar em seus olhos era tanto de ódio quanto de algo mais profundo, algo que Donna não conseguia definir de imediato.
