³⁰Roy Harper: Sombras e sacrifícios

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O som de aplausos ecoava na minha cabeça, como uma lembrança distante e desconexa. As ruas de Star City estavam quietas naquela noite, mas dentro de mim, havia um caos que não parava. Os dias em que eu era conhecido como Speedy pareciam pertencer a outra vida. Agora, Arsenal era tudo o que restava — uma sombra do que eu já fui.

S/N sempre soube como me encontrar, mesmo quando eu não queria ser encontrado.

"Roy, faz semanas que você está sumido. O que está acontecendo com você?" A voz dela estava cheia de preocupação, mas também de uma leve irritação. Ela sempre foi assim, direta e sem rodeios.

"Eu não queria te envolver nisso," respondi, desviando o olhar. Não era fácil encarar alguém quando o peso da culpa era tão esmagador.

Ela se aproximou, me forçando a encará-la. "Você nunca quer. Mas não vou te deixar se afundar sozinho."

Eu queria acreditar nela, mas já tinha decepcionado tantas pessoas. Eu sabia que havia um limite para quanto alguém podia suportar antes de desistir.

Algumas semanas antes, uma missão tinha dado errado. Era para ser algo simples, apenas rastrear uma gangue local e desmantelar suas operações, mas eles estavam ligados a um cartel maior do que imaginávamos. A luta terminou com vários inocentes mortos e eu levando a culpa por não ter conseguido detê-los a tempo.

S/N estava comigo naquela noite, como sempre. Ela não dizia nada sobre a missão, mas seus olhos me diziam o que eu já sabia: eu estava me destruindo, e estava levando tudo e todos comigo.

"Você precisa de ajuda, Roy. Precisa lidar com o que aconteceu," ela insistiu mais uma vez, sua voz calma, mas determinada.

"Eu não sou mais o Speedy, S/N. Não sou o cara que você conhecia," minha voz saiu mais fria do que eu pretendia, mas era a verdade. Não era mais aquele garoto otimista que Oliver Queen resgatou das ruas. A vida tinha me transformado em algo diferente.

Ela deu um passo para trás, seus olhos refletindo a dor das minhas palavras. "Talvez não seja. Mas eu ainda estou aqui. E não vou a lugar nenhum."

Eu queria acreditar nela, mas o vício, a raiva e a culpa criavam uma barreira invisível entre nós.

Naquela mesma noite, uma ligação me tirou dos meus pensamentos sombrios. Era Dinah Lance, a Canário Negro.

"Roy, precisamos de você. Há algo grande acontecendo na cidade. Oliver está fora, e você é o único que pode lidar com isso," sua voz era urgente.

Relutantemente, concordei em ajudar. S/N, claro, insistiu em ir comigo, mesmo quando eu pedi para ela ficar de fora dessa.

"Não importa o quanto você tente me afastar, Roy. Eu vou estar lá," ela disse, sem deixar espaço para discussão.

A missão nos levou a um antigo armazém abandonado no lado industrial da cidade. A ameaça era muito mais do que esperávamos. Uma organização secreta estava realizando experimentos ilegais, e o líder tinha um rancor pessoal contra mim.

“Eu sabia que você viria, Harper,” a voz do vilão ecoou enquanto ele aparecia das sombras. Ele era alguém do meu passado, alguém que eu tinha derrubado anos atrás quando ainda era Speedy. Agora, ele queria vingança.

A luta que se seguiu foi brutal, mas também simbólica. Eu não estava apenas lutando contra o inimigo diante de mim, mas contra os fantasmas do meu passado. Cada golpe, cada movimento era uma batalha interna para não voltar àquele lugar escuro que tantas vezes tentei deixar para trás.

S/N lutava ao meu lado, e cada vez que ela caía ou era atacada, o medo de perdê-la se intensificava. Não era só a missão que estava em jogo — era ela. Eu não podia deixar que nada acontecesse com ela.

Depois de uma luta intensa, conseguimos vencer, mas o custo foi alto. Eu estava ferido, mais emocionalmente do que fisicamente, e S/N também tinha suas cicatrizes.

"Roy, você não precisa enfrentar tudo isso sozinho. Você não precisa ser perfeito, apenas... precisa deixar as pessoas te ajudarem," ela disse enquanto cuidava das minhas feridas. A noite estava quieta, mas o peso das palavras dela parecia preencher o silêncio.

Eu nunca fui bom em pedir ajuda, e isso me tinha levado a um caminho de autodestruição antes. Mas olhando para S/N, alguém que estava ao meu lado, mesmo quando eu não merecia, algo mudou dentro de mim.

“Eu sei,” respondi finalmente, permitindo que a vulnerabilidade que sempre escondi viesse à tona. “Eu sei que preciso de ajuda. E eu não quero te perder.”

Ela sorriu suavemente. "Então, vamos passar por isso juntos."

Os dias que se seguiram foram diferentes. Eu finalmente aceitei que não precisava ser invencível, e que aceitar apoio não era sinal de fraqueza, mas de força. Comecei a trabalhar em mim mesmo, buscando a ajuda que precisava para lidar com as cicatrizes internas que sempre tentei ignorar.

S/N esteve comigo em cada passo do caminho, me lembrando que, por mais sombria que fosse a jornada, não precisávamos caminhar sozinhos.

A estrada para a recuperação seria longa, mas pela primeira vez em muito tempo, eu estava disposto a segui-la.

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Contagem de palavras: 863

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