A noite em Gotham City estava particularmente opressiva. As luzes da cidade brilhavam fracamente através da neblina densa que cobria as ruas, como se até a cidade estivesse tentando se esconder de algo.
Bruce Wayne estava distraído enquanto olhava para a multidão no evento beneficente que ele havia organizado. Seus olhos estavam constantemente voltados para S/N, que ria e conversava com outros convidados. Eles eram amigos há anos, mas ultimamente, Bruce tinha notado uma mudança em seus sentimentos. Algo mais profundo estava crescendo dentro dele, algo que ele não podia ignorar.
Quando a festa chegou ao fim, S/N pegou o casaco e se dirigiu para a saída. Bruce, preocupado com a segurança dela, se aproximou.
“Posso te acompanhar até em casa?” ele perguntou, tentando soar casual, mas sem esconder a preocupação na voz.
S/N sorriu, balançando a cabeça. “Eu estou bem, Bruce. A noite está linda, eu vou caminhar um pouco.”
Bruce franziu o cenho. “Gotham nunca é realmente segura, S/N. Por favor, deixe-me ao menos te levar até o carro.”
Ela riu suavemente, colocando uma mão no braço dele. “Você se preocupa demais. Eu vou ficar bem, prometo.”
Bruce hesitou, mas sabia que insistir demais poderia levantar suspeitas. “Certo, mas se precisar de qualquer coisa, me ligue.”
“Pode deixar,” S/N respondeu, saindo pela porta.
Quando S/N desapareceu na névoa, Bruce não conseguiu sacudir a sensação de que algo estava errado. Sem hesitar, ele se retirou para um dos corredores laterais, onde tinha um esconderijo secreto para sua armadura de Batman. Gotham não era um lugar para correr riscos.
As ruas de Gotham pareciam ainda mais desertas enquanto S/N caminhava para casa. De repente, um ruído fraco à distância a fez parar. Ela olhou ao redor, tentando localizar a origem do som. A risada ecoou novamente, mais perto desta vez, um som que parecia misturar loucura e maldade.
“Quem está aí?” S/N chamou, tentando parecer corajosa.
Um homem de capa longa e máscara grotesca apareceu da névoa, sua figura alta e ameaçadora se destacando contra as sombras.
“Ah, S/N... que prazer te encontrar vagando sozinha pelas ruas de Gotham. O medo... ele é tão delicioso, não é?” A voz do Espantalho era baixa e áspera, com um tom que fazia o sangue de S/N gelar.
S/N deu um passo para trás, tentando controlar o pânico crescente. “O que você quer de mim?”
Espantalho riu, um som que mais parecia garras arranhando uma lousa. “Eu quero o que todos os homens desejam: poder. E, claro, um pouco de diversão à moda antiga. Vamos ver do que você realmente tem medo, S/N.”
Antes que ela pudesse reagir, Espantalho levantou uma pequena bomba de fumaça e a jogou no chão. Uma nuvem de gás amarelado se espalhou rapidamente ao redor de S/N, fazendo seus olhos arderem e sua visão se turvar. Ela começou a tossir violentamente, enquanto cenas aterrorizantes se formavam à sua frente. As paredes ao seu redor pareciam se fechar, os sussurros das sombras tornaram-se vozes conhecidas e amedrontadoras, distorcidas pelo medo.
S/N tentou lutar contra as imagens que a assaltavam, mas era como se o próprio ar estivesse se voltando contra ela. “Bruce... me ajude...” ela murmurou, sua voz falhando enquanto caía de joelhos.
Do alto de um prédio, Batman observava a cena, seus olhos fixos em S/N e no Espantalho. A visão dela em pânico, à mercê daquele monstro, despertou algo profundo e feroz dentro dele. Ele não hesitou.
Com um salto ágil, ele desceu para o beco, aterrissando com um impacto silencioso. **Batman** avançou rapidamente em direção ao Espantalho, que apenas sorriu, como se já esperasse por ele.
“Batman! Que agradável surpresa. Veio participar do meu experimento social? Vamos ver do que você é feito sem o seu precioso controle.”
“Deixe-a ir, Crane,” Batman rosnou, sua voz grave e ameaçadora.
Espantalho soltou uma risada insana. “Tão previsível... você sempre se importa demais com essas almas perdidas. Mas vamos ver se você consegue salvá-la desta vez.” Ele lançou outra nuvem de gás na direção de Batman, mas o Cavaleiro das Trevas estava preparado. Com um rápido movimento, ele acionou o antídoto em seu cinto, dispersando o gás antes que pudesse fazer efeito.
O Espantalho se afastou, com a loucura evidente em seus olhos. “Não pode salvar todos, Batman! Eles sempre vão cair, um por um, para o medo que há dentro de todos nós!”
Batman não perdeu tempo com mais palavras. Em um movimento fluido, ele lançou um Batarang na mão de Espantalho, fazendo-o soltar a bomba de fumaça que segurava. Com um chute forte, ele derrubou o vilão, imobilizando-o no chão.
S/N, ainda lutando contra os efeitos do gás, tentou se levantar, seus olhos fixos na figura imponente de Batman. Mesmo sob a influência do medo, havia algo estranhamente familiar nos movimentos dele. “Você... parece...”
Batman se aproximou dela, seus olhos intensos por trás da máscara. “Está tudo bem agora. Vou te tirar daqui.”
Com o Espantalho finalmente contido e a polícia a caminho, Batman ajudou S/N a se levantar. Ela estava tremendo, o medo ainda apertando seu peito, mas a presença dele a acalmava.
“Por que você se importa tanto comigo?” S/N perguntou, sua voz fraca mas carregada de emoção. “Quem... quem é você de verdade?”
Por um momento, Batman ficou em silêncio, considerando a pergunta. Ele sabia que havia chegado o momento. Lentamente, ele levou a mão ao capuz e o retirou, revelando o rosto de Bruce Wayne.
S/N piscou, a confusão rapidamente dando lugar à compreensão. “Bruce... Você...?”
Bruce segurou as mãos dela, seus olhos cheios de preocupação e ternura. “Eu queria te proteger, S/N. Mas sabia que, eventualmente, você teria que conhecer essa parte de mim.”
Ela o encarou, surpresa e uma mistura de emoções passando pelo seu rosto. “Você arrisca sua vida todas as noites e nunca me contou? Eu... não sabia que você estava tão perto de mim, sempre.”
“Eu não queria te colocar em perigo. Mas ver você aqui, assim... Eu não podia deixar isso acontecer,” Bruce respondeu, sua voz grave suavizando ao final.
S/N deu um passo à frente, aproximando-se de Bruce. “Eu... sempre soube que você era especial, Bruce. Mas nunca imaginei que... fosse assim.”
Ele sorriu levemente, seu olhar fixo no dela. “Eu me preocupo com você, S/N. Mais do que deveria. E por muito tempo, tentei esconder isso. Mas não posso mais.”
As palavras de Bruce foram como um bálsamo para S/N, que, sem hesitar, se aproximou ainda mais, seus corações batendo no mesmo ritmo. O beijo que seguiu foi terno, carregado de promessas não ditas. A noite em Gotham continuava sombria, mas ali, naquele momento, havia uma luz que brilhava para os dois.
Com o sol começando a nascer no horizonte, Bruce levou S/N para casa, mantendo sua promessa de nunca deixá-la enfrentar o medo sozinha novamente. Eles sabiam que Gotham ainda guardava muitos perigos, mas com a verdade finalmente revelada, estavam prontos para enfrentar qualquer coisa juntos.