A torre se moveu

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Dias haviam se passado, e por mais que eu sentisse culpa pelas coisas que disse a ele, ainda assim, tinha a sensação de que não me equivoquei. Talvez aquelas palavras fossem realmente necessárias. Após o baile da família, Madara foi introduzido em uma empresa de advocacia e, junto com a cunhada, criaram uma fachada para que as pessoas acreditassem que ele havia perdido parte da memória em decorrência do acidente. Embora Kaguya estivesse movendo suas peças no tabuleiro de maneira discreta, estávamos cientes de seus passos graças às informações que Haku nos fornecia.

Entretanto, já fazia aproximadamente uma semana que não tínhamos notícias de Haku. O silêncio por parte de Kaguya nos deixou inquietos, e novas suposições sobre o que ela poderia ter feito surgiam constantemente em nossas mentes. Com isso decidimos nos manifestar de maneira mais apressada, Madara já sabia de como era a relação de Kaguya e Hiashi atualmente, como dois estranhos, com isso achou que seria um boa enviar todas as provas e documentos que juntou durante os anos de forma anônima para ele. Teria um encontro com ele naquele dia.

Minha rotina no hospital continuava a mesma; uma certa monotonia se instalara entre minhas idas e vindas. Eu me sentia cansada, triste, ansiosa e, ainda, culpada, apesar de, no fundo, uma voz interior insistir que eu não deveria me sentir assim. Durante essa semana, Sasuke não tentou contato comigo e também não retomou sua rotina no hospital. Quanto ao seu irmão, Itachi estava encantado com o namoro com Ino. A loira, por sua vez, também demonstrava certo nervosismo, especialmente pelo fato de seu ex-namorado ser o melhor amigo de seu atual. No entanto, segundo ela, já havia explicado essa questão para Itachi.

Naquela noite, eu teria plantão e decidi ir até a lanchonete do hospital para pedir um café. Já era tarde, e poucas luzes estavam acesas para não incomodar os pacientes. Sempre me lembro que os corredores de um hospital à noite são assustadores e mais escuros do que aparentam. Continuei meu percurso até a sala de descanso dos funcionários para aproveitar 15 minutinhos de intervalo. Queria poder esticar as costas; estava exausta, e o dia havia sido longo. No entanto, o silêncio do corredor me deixou extremamente incomodada. Eu podia ouvir meus passos, mas também percebia sons além deles. Então, calmamente, comecei a dar um passo após o outro, atenta a qualquer ruído estranho.

Observei o lado esquerdo, depois o direito, e continuei caminhando. Era normal que os corredores gerassem um pouco de eco, mas não naquela situação. Havia alguém me seguindo. Eu usava crocs, mas a pessoa atrás de mim claramente calçava botas; o som era mais abafado do que o dos meus passos, que arrastavam um pouco mais. Caminhei até chegar à ala clínica e me encostei na recepção, onde duas funcionárias, que já conhecia, estavam atendendo. Sorridente, como se nada houvesse acontecido, perguntei:

— Vocês, por acaso, teriam um espelho para me emprestar?

— Ah, sim, eu tenho! — respondeu uma delas.

Ela abriu o espelho devagar, e, tentando manter meu corpo na frente dele, pude observar pela lateral uma sombra tentando se esconder em uma das quinas do corredor. Naquele momento, tive a certeza de que havia alguém me seguindo; caso contrário, não haveria motivo para a pessoa se esconder quando parei na recepção. Agradeci, fiz uma breve reverência e, discretamente, peguei o celular no bolso do jaleco e comecei a ligar para Obito. No entanto, não tive tempo suficiente. Senti meu corpo ser puxado para dentro de uma sala próxima e escura.



Madara estava elegantemente em seu terno preto cor que ele adotou a tempos, esperava por Hishi enquanto observava a cidade pelo vidro que cercava o local. Era uma sala reservada então soube quando o homem chegou ao ouvir o som dos seus sapatos sobre o piso encerado. Olhou por cima dos ombros, arrancando um sorriso do homem que estava do outro lado, direcionou seu olhar para Obito que se aproximou de Hiashi e tirou seu paletó deixando o homem livre e que logo se colocou do lado de Madara. Os dois estavam a sós na sala, todos os seguranças assim como Obito ficaram do lado de fora.

Last Heirs ' The BastardOnde histórias criam vida. Descubra agora