O Príncipe Dragão - O Renascimento de Valíria

Depois do Sangue

Passando suas mais trêmulas e instáveis pelos cabelos loiros prateados de seu filho, deixou-se levar pelas memórias boas, e tentando não pensar no filho inconsciente a sua frente.

Isso era sua culpa.

Sua.

Se ela não tivesse gritado.

Se não tivesse reagido.

Se ela tivesse tomado uma decisão 13 anos atrás...

Era culpa dela.

E ainda assim, não sentia nada.

Não remorso ou dor. Culpa pelo estado atual do seu primogênito? Sim, com certeza, mas não arrependida de uma série de decisões tomadas a muito tempo, que inconscientemente ou não, os levaram ali.

Mas seu filho estava machucado.

Ferido.

E a culpa era dela...

Sentindo uma mão em seu ombro, sentindo a aspereza, o suor e a tensão nos nós dos dedos, sabia quem era aquele, e se inclinou para trás, enquanto ainda focava sua visão ao corpo adormecido do seu filho.

Um ataque contra ela e seu filho se tornou um assassino aos doze dias de nome....

Um ataque, e tudo mudou.

" Ele vai ficar bem."

" Eu sei..."

Sabia disso.

Oh como não?

Ele era forte.

Inteligente.

E protetor.

Por isso reagiu.

Por isso a defendeu.

Por isso quase morreu por ela.

Matou alguém por ela.

Eamon apertou seus ombros.

Os momentos após o ataque ainda eram um pouco confusos e nervosos. Com guardas gritando ou sendo gritados, com sangue, suor e lágrimas e pavor cercando sua família.

Não deveria ser assim.

Não.

Valhalla Negra era suas casas. Seu lar.

E um deles foi atacado lá dentro.

Um quase foi morto.

E outro ficou ferido.

Como seu Lorde, Eamon Nohallor estava furioso. Como pai, ordenou a morte não só do homem, mas também de quem poderia saber dos planos.

Uma investigação minuciosa estava sendo feita.

Agora como marido...

Eamon paralisou.

O que poderia fazer quando sua esposa sofre uma tentativa se abuso?

O que dizer?

Falar?

Fazer?

Como se aproximar?

Sua esposa não era uma das pessoas mais suscetíveis a demonstrações de afeto claro, todos sabiam quais eram seus sentimentos, e a mulher destruiria o mundo por eles, mas abraços ou carinhos não eram exatamente algo fácil, e agora?

Depois de tudo o que já passaram?

Ainda assim, Eamon sabia que passariam por isso. Que ficariam bem.

Seus filhos. Todos eles. Eram fortes. Corajosos e inteligentes.

Conseguiriam passar por isso. E podem ser dias difíceis a frente. Mas tinham muitos filhos, e a dificuldade logo seria algo escondido as sombras diminutas pelo brilho das risadas e gritos incessantes.

Oh sim.

Ele tinha certeza...

Ou quase...