O Sangue Canta, o Peito Ruge e o Dragão Voa

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O Sangue canta. Ele ferve e grita com rugidos grutais.

Alexios entendia isso tão fortemente quanto desde o dia em que nasceu. Assim como entendia que era o filho mais velho de sua mãe, mas não herdeiro de seu pai. Que ele era um bastardo.

Isso tem ficado mais forte e forte. Do momento em que perturba seus sonhos e o acorda, até o momento em que o dia cai e ele volta a tentar dormir.

Dentro de si pulsa a necessidade de ir. De voar e invadir.

E ele tenta, assim como fez por muito tempo, ignorar tal coisa, sabendo que sua família não conseguiria entender ou aceitar tal coisa.

Mesmo vivendo tão perto de Valíria, mesmo com seu pai acreditando que um dia aquelas terras poderiam se recuperar, a ideia de ir até lá ficava longe de todas as mentes mais conscientes...

E ainda assim...

Seu sangue canta. Seu coração ruge e seu pulmão aperta desejando a fumaça abrasadora.

E ele não aguentou mais.

Era provavelmente a ideia mais estúpida, louca e mortal que ele teria. E sua mãe se sonhasse com isso o prenderá dentro da ala familiar pelo resto de seus dias, mas ele precisava ir. Precisava desesperadamente entender e encontrar aquilo que o chamava.

E então ele o fez.

E pela última vez jantou com sua família.

O jantar estava delicioso, como sempre, e ele guardaria na memória isso, desejando aproveitar esse momento feliz por tnato tempo quanto pudesse.

Havia pato assado, peru e uma ave incrustada de ervas glaceadas e uma cerveja rica. Além de um arco-íris de vegetais variados. Havia vinho aguado para ele e Yraelys, por já terem uma considerável idade, e ele aproveitou bem, bebendo e comendo de tudo um pouco até a noite cair e todos se retirarem.

Ele pegou a capa que seu pai lhe dera quando ele tinha quatro dias de nome e estava com ventos cortantes o atingindo em um passeio próximo a Baía.

Seu kepus tirou-a de seus próprios ombros e o envolveu nele, e o mesmo nunca a devolveu.

Ele pegou uma das túnicas marrons de Yraelys e uma das braçadeiras de Jaegel. Um brinquedo de Vysena e, por último, ele pegou uma joia de Polirys, uma braçadeira, e de sua mãe, um anel, antes de pegar um dos apliques menores de sua Rhaellar. Algo para se lembrar de todos eles, pois ele não estava planejando retornar.

Armado com uma adaga, presente de seu kepus, uma espada, a sua primeira espada de verdade ganha, uma bolsa com algumas de suas próprias roupas e suas lembranças, tudo cuidadosamente dobrado e protegido, ele se vestiu.

Poucas eram as vezes em que eles usavam calções, com o tempo quente as túnicas eram de preferência diária, mas ainda assim quando iriam voar, vestiam suas roupas de couro por completo.

Vestido então com calções de couro negro com malha fervida por baixo, um camiseiro branco por baixo com gola aberta em V com fechos sendo pedaços de tecido da mesma cor. Por cima um gibão de couro curto, até um pouco abaixo da cintura, com fivelas de aço ao lado direito.

Colocou suas botas de montaria e pegou também um colete de couro fervido marrom escuro que usava em alguns dos seus treinamentos mais pesados, por garantias.

Alexios saiu furtivamente seguindo pelos corredores familiares, escondendo-se ao minimo som de passos até chegst ao primeiro andar, onde seguiu pela varanda em um pulo levemente inclinado para cair no arbusto próximo, e seguinfo em direção as cavernas do outro lado de Valhalla Negra.

Usando um cavalo para ir mais rápido, o mesmo precisou ser discreto e seguir pela mata para impedir que os cuidadores de animais ou o resto dos trabalhadores o vissem, e ficou grato por sua lição com Gaelithox, mesmo nova, ser forte o suficiente para que seu dragão soubesse, de alguma forma, que deveria ser silencioso e estar pronto para partir.

Ele subiu em sua montaria amarrando seus pertences com cuidado e amarras extras e com um comando sempre ouvido claramente, mesmo que baixo, e ele se ajustou para permnecer escondido na grande forma de seu dragão, eles voaram para fora da região cavernosa através das área aberta da floresta antes de alçar voo.

Levaria cerca de duas semanas para chegar às Ruínas da Velha Valíria, e também havia a Ilha dos Condenados antes disso.

Ele so queria a ver, a principio, sabendo que talvez não poderia pousar na Velha Valíria. Só Deus sabe o quão perigoso ainda poderia ser. Provavelmente mais, já que lhe foi dado tempo para deixar sua maldição ferver na escuridão e na miséria.

No entanto, Aerea Targaryen voou para lá em Balerion, o Terror Negro, e aconteceu que eles pousaram na praia ao chegarem. Ela só sentiu como se algo estivesse rastejando em sua pele quando se moveu mais para dentro da terra e andou pelas próprias ruínas da cidade, quando voltou, ela tinha fervido até a morte. Os wyrms de fogo derretendo tudo de dentro.

Sua mãe tinha o suposto diário do meistres que a cuidou, e ali, fora as investigações feitas pelos ancestrais de seu Kepus, que também eram muito bem documentados na biblioteca, e era tudo o que ele precisava saber.

Então, se ele precisasse desembarcar Gaelithox lá para passar a noite ou mesmo apenas para descansar, ele poderia fazer isso na praia, mas não mais longe.

No entanto, algo dentro dele, profundo e escondido, dizia que não seria assim.

Ele e seu dragão se empurraram para ir mais longe do que já havia feito em um passeio normal, o que ainda assim era muito, mas um estava confiando no outro com seu vínculo para dar força e guiar.

Se alguém viesse procurá-lo, o que não duvidava que sua mãe estaria em Canibal assim que seu nome dosse citado, provavelmente olhariam para cima até certo ponto antes de olhar para outro lugar, talvez não devesse ter tanta confiança nisso, no entanto, sua ânsia por Valíria é muito bem reconhecida por sua família.

Então.... quanto mais rápido e longe fossem, mais rápido poderiam evitar ser arrastado de volta antes de descobrir o que o chamava.


O Príncipe Dragão - O Renascimento de Valíria Onde histórias criam vida. Descubra agora