Os Pântanos dos Ossos

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Os Pântanos dos Ossos.

Uma das Ilhas próximas de Valíria.

Era chamada assim antigamente por sua história macabra, assim como os Nohallor com a Ilha dos Condenados.

E ali estava ele.

Alexios ouviu histórias de seu kepa sobre isso, contadas do pai dele para ele, e do avô dele para o pai dele. E assim por diante.

Ele também leu os relatos salvos da Antiga Valíria. A ilha era um arquipélago temebroso e sombrio, com animais fugazes e destrutivas que só poderiam ser vistos em um outro lugar. Sothoryos.

E ainda assim...

Estava ali.

E conseguiria o que provavelmente ninguém jamais poderia comparar a um simples bastardo real. Isso, além de chegar à Valíria, e voltar vivo com preferência, poderia dar outro nome a ele.

Agachado nos galhos grossos da árvore, os olhos semicerrados enquanto espiava através das folhas emaranhadas para a água turva abaixo.

Seu coração batia forte no peito, mas ele se forçou a permanecer parado, mal ousando respirar.

Havia se preparado incansavelmente para isso desde que planejou sua viagem, desde o momento de sua saída até seu retorno de Valíria estava esboçado em um plano perfeito.

Estava preparado para este momento precioso, o momento em que sua presa finalmente se revelaria, e sonhava com isso a tanto tempo que podia sentir o gosto da vitória em seus lábios.

A carne crua que ele pendurou como isca agora balançava tentadoramente acima da borda da água, uma isca para a fera na terra que cercava a Árvore Rubra Negra em que ele estava.

Quanto tempo ele esperou? Não sabia dizer. Os minutos se transformaram em horas, mas ele permaneceu paciente, sabendo que o sucesso não exigia nada menos.

Até mesmo afastou Gaelithox, o que poderia ser considerado tolice, sabia, mas isso poderia afastar sua presa.

Ele pegaria a fera, a mataria ele mesmo, e tiraria sua pele para seu retorno, onde comprovaria sua conquista e entregaria para sua mãe, as costureiras poderiam fazer uma bela capa de verão, ou tapete, se ele conseguisse retirar direito.

O ar estava pesado com o cheiro de terra úmida e vegetação podre, um fedor ao qual ele se acostumou, até mesmo gostará, pois parte disso o lembrava das partes mais purulentas de Valhalla Negra, e outra mostrava para onde estava indo.

Ainda assim, não negaria, o pântano tinha um jeito de penetrar nos ossos de alguém, de se tornar parte dele. Agora, era seu aliado, mascarando seu cheiro e escondendo-o dos predadores monstruosos que rondavam essas águas.

Escutou atentamente, esforçando-se para captar o som mais fraco. Então, lá estava, um respingo, fraco a princípio, mas ficando mais alto.

Seu coração pulou na garganta. A fera estava chegando.

Uma forma escura emergiu das profundezas, deslizando silenciosamente em direção à costa, mas mesmo na penumbra, conseguia ver seu tamanho, muito maior do que qualquer lagarto-leão, zorse ou Leoparto negro que ele já havia encontrado. Talvez próximo de um Arouque, se pudesse comparar.

Próximo de talvez oito ou dez metros somente de músculos e escamas, além da carne. Os olhos da fera brilhavam como brasas na água sombreada, fixados na carne ensanguentada pendurada na árvore.

Se aproximou... atraído pelo cheiro, sem saber do caçador espreitando acima. E Alexios se esforçou para estabilizar a respiração, concentrando-se na tarefa em questão.

Os Calayonas e os Nhogapis dos Pântanos Valirianos Antigos podiam preferir a lança-rã, mas ele precisava de algo com mais peso, mais força.

Agarrou o cabo de sua lança de javali selvagem, feita precariamente em sua última parada, duas após seu tempo na ilha dos Condenados, e onde quase foi encontrado pelo dragão extremamente furioso de seu pai.

Se seu dragão estava assim, Alexios não desejava saber o humor de seu pai.

A lâmina afiou até um ponto letal. E ainda podia sentir a tensão em seus músculos, a onda de adrenalina correndo por suas veias enquanto a fera se movia para uma posição onde ele queria.

Queria ter sucesso, pois o fracasso não era uma opção. Se ele errasse, a fera o rasgaria em pedaços.

A cabeça da criatura surgiu na superfície, veio para a terra e caminhou até a carne e suas mandíbulas mordendo avidamente a isca.

E Alexios sorriu, era agora, sussurrou para si mesmo, e saltou da árvore, mergulhando a lança para baixo com toda a sua força, mirando no ponto vulnerável no centro do crânio da criatura.

O mundo pareceu desacelerar enquanto ele caía, a ponta da lança brilhando na luz pálida e então, o impacto.

O animal soltou um rugido ensurdecedor, o som reverberando pelo pântano enquanto a lança atingia o alvo, enterrando-se profundamente em seu crânio.

Ele sentiu uma onda de triunfo, uma onda de alívio tomando conta de si, até que a cauda da fera atacou com velocidade assustadora, pegando-o bem no peito.

A força do golpe o fez voar, seu corpo batendo nas águas turvas do pântano. A dor explodiu em suas costelas e, por um momento, o mundo ficou preto.

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⏰ Última atualização: Nov 01 ⏰

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