hostage

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Doarda Hippler

Confesso que não estava em meus planos que Sofia se referisse a noite anterior na casa dela e a maneira como isso estava fixado em minha mente parecia piorar toda a situação. Minha mente estava atordoada e eu lutava contra os ciúmes que queriam se manifestar quando ela citou seu ficante ultra mega plus: Matteo. Obviamente que eu estava feliz por ela finalmente ter um quase algo, até porque ela nunca namorou com ninguém e talvez essa fosse a sua chance.
Ao decorrer da noite eu tentava não pensar sobre o assunto e nem sobre a proximidade em que eu e Sofia nos encontrávamos enquanto os meninos esparavam o Gab no estacionamento. Uma parte de mim gritava por dentro, e eu sabia muito bem o motivo,mas eu negaria até desaparecer.

-Eu não estou acreditando que em uma noite de jogos vocês trouxeram só dois. -Lusca cruza os braços e encosta na parede.

-Como eu sabia disso, trouxe 5 diferentes. Estão no seu sofá. -digo com uma cara de convencida.

-Pelo menos uma vez a Duda prestou para alguma coisa. -Marcos fala jogando os ombros em tom de brincadeira.

-Eu sempre faço uma coisa de útil meu amor.

Caímos na risada e fomos jogar. O primeiro era para descobrir o assasino, arma e o local do crime. Super simples, mas tivemos que explicar para o tonho do Lusca mais de três vezes.

-Não é possível que uma pessoa seja burra nesse nível. -Sofia revira os olhos e se senta do meu lado. -E antes que escolham, eu quero ser o branco.

-A não Sofia, vai se fuder. Eu sou o branco todas as vezes. -falo e empurro ela de leve.

-Vai ter que mudar vida, porque eu peguei primeiro. -joga um beijo no ar.

-Tá bom, tá bom. Então eu sou o vermelho, o Caick laranja, Gab preto, Marcos azul, Lusca verde e o Pablo o amarelo. - entrego os pinos para cada.

-Eu tenho uma dúvida. -Caick fala.

-Como que pode um viado ser tão burro desse jeito, depois falam de mim. -Lusca diz mostrando o dedo do meio para Caick.

-Continuando com minha dúvida. Como a gente sabe quem ganha? Tem que fazer conta? -Caick fiz em tom brincalhão passando a mão pela cabeça.

-Não Caick, a gente comete os mesmos crimes que tem no jogo e quem sobreviver vence. -diz Sofia com uma expressão de tédio.

-Aí gente, já entendemos que o Caick e o Lusca são os mais burrinhos. Agora vamos começar. -falo pegando o dado em minhas mãos.

Inicialmente jogo e caí no número 5. E a cada jogada com o dado chegávamos na parte de grande estratégia. A minha peça estava a duas casas para hipótese e minha maior adversária nesse instante era a Sofia, que se caísse com o número quatro, colocaria sua hipótese para todos antes de mim. Dito e feito, a filha da mãe fez com que o dado caísse exatamente no número quatro.

-Bom, eu acho que o assasino foi o jardineiro. Alguém tem? -concordamos negativamente e se a sorte estiver ao lado dela, Sofi consegue ganhar essa partida.

Ela analisa as cartas em sua mão e olha para cada um. Já disse o quanto ela fica sexy toda concentrada?

-Acredito que ele tenha matado com veneno. -diz com um sorriso convencido, mas ela ainda não sabia.

-Sinto muito, mas eu estou com o veneno. Agora é minha vez e vocês vão perder. -jogo meu cabelo para trás dos meus ombros e lanço o dado. Número dois. Minha vez de ganhar.

-Se o Marcos está com a tesoura de poda e outras armas foram eliminadas, a arma do crime foi o abajur. Alguém tem essa carta em mãos? - Todos se entre olham e balançam a cabeça negativamente e eu faço um sorriso convencido com os lábios. - O assasino foi o jardineiro, com o abajur. Como as cartas de lugares vocês jogaram e eu acabei de ver na mão da Sofi, o lugar foi a cozinha.

Assim que termino de falar, viro as cartas no centro do jogo e era exatamente essa ordem. Jardineiro, abajur e cozinha. Ponto para mim.

-Não valeu foi roubo. -Pablo fala ficando de pé.

-Aceita que eu sou a mais mais e ganhei.

-Eu acho que depois da Sofia, a Duda é a mais ladrãozinha. -Caick se joga no sofá olhando para mim.

-Depois de mim o que seu viado do caralho, a Duda olhou minhas cartas. -Sofia fica indignada e olha para mim.

Por segundos os nossos olhos se cruzaram, e aquela mesma sensação e quando senti seus lábios sobre os meus invadiu o meu ser. Ela tinha o olhar mais penetrante que já vi na vida, me desliguei completamente de todos ao redor. E não era nem pelo delineado que contornava perfeitamente os seus olhos, era a maneira como os seus olhos diziam mais do que palavras. Naquele momento era como se estivéssemos sozinhas. E talvez eu queria isso, ficar sozinha. Mas ficar sozinha com ela.

Isso faz sentido?

-Você que deu bobeira, Sofi. Praticamente jogou a carta na minha cara. -cruzo os braços enquanto ela faz uma expressão de brava.

-Deixa de ser ladrãozinha Duda, você se aproveitou da minha inteligência. -aponta a mão em minha direção.

-Você fica tão linda brava que me dá vontade de tacar um beijo na sua boca. -me aproximo e logo percebo o que eu disse.

Porra. Acho que falei um pouco alto demais, não era para ter saído da minha boca. Subconsciente do caralho.

- O que foi isso?! - gritou Marcos com um sorriso travesso. - Vocês estão apaixonadas agora?

- Eu realmente ouvi isso Duda? - Caick perguntou rindo alto. - Estou registrando isso como um momento histórico, mesmo que vocês tenham se desenrolado algumas várias vezes. -Filho da puta, ele com toda certeza sabia sobre ontem.

Lusca e Gab começaram a imitar aplausos enquanto eu e Sofia ríamos de vergonha, olhando uma para a outra.

-Acho que alguém aqui realmente sabe deixar a Sofi desconcertada. -diz Pablo enquanto ela o fuzila com aqueles belos pares de olhos castanhos escuros.

Talvez isso realmente possa ser verdade, já que ela olha para o chão e depois suspira fundo.

-Acho bom jogarmos uma outra coisa. -ela diz mudando de assunto. -Eu troxe outro, mas precisamos de copos e bebidas.

O. Meu. Deus. Eu, Sofia e álcool no mesmo ambiente não era uma boa ideia.

Ou talvez, só talvez, poderia ser uma ótima ideia.

Entre sonhos e realidades -Sofia e Doarda Onde histórias criam vida. Descubra agora