Ivy

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Eduarda Hippler

O seu beijo parecia ter um sabor do qual eu nunca iria me cansar. Era como se eu não conseguisse viver sem e tivesse a necessidade de tê-la para mim o tempo todo. Cada átimo do meu corpo sentia a eletricidade daquele momento e eu jamais poderia imaginar que isso viesse acontecer.

Agora estávamos sentadas no chão da sala, com uma distância considerável e com as costas apoiadas no sofá. Os meus olhos estavam fixos à ela e em como tudo sobre nós vinha acontecendo. Eu amava observar cada detalhe do seu rosto, mesmo que no momento a sua atenção estava voltada para o celular e posts sobre o seu aniversário.

— O que tanto observa em mim? — ela pronuncia com um sorriso leve, levando o seu olhar de encontro ao meu.

— Eu não sei, acho que ainda estou sem acreditar. — encosto minha cabeça no sofá, olhando para cima.

— Sem acreditar em que exatamente? — se aproxima, deitando a cabeça sobre o próprio antebraço.

— Que no mesmo dia em que eu falei tudo que estava preso dentro da minha garganta, você levou a sério e disse tudo o que eu queria ouvir. — olho para ela, sentindo sua mão encostar na minha.

— Eu não suportaria viver sem você, Duda. Você sabe disso, não sabe? — interroga, ainda com a mão sobre a minha.

— Percebi isso com mais certeza quando deixou de ir para o luau e ficou cuidando de mim. — deito a cabeça, me virando na mesma direção que ela estava.

— Você não estava bem, meu amor. Eu não te deixaria por qualquer coisa.

O que? Eu realmente ouvi isso? Meu amor? Eu era o amor dela?

— Repete isso de novo, por favor? — sorrio abertamente encarando cada detalhe dela.

— Repetir o que, Duda? Que eu não te deixaria por qualquer coisa e... — eu a interrompo, eu sabia que ela estava fazendo isso de propósito.

— Não se faça, Sofia Santino. Você sabe o que eu quero que você diga. — umedeço meus lábios com a língua, envolvida pela felicidade de viver o que tanto esperei.

— Mas eu não falei nada além disso. — reviro os olhos e vejo ela sorrindo.

Cínica. Enquanto eu me sinto uma idiota ela tira sarro da minha cara justamente por esse motivo.

— Acho que talvez eu me lembre.

— Deixa de graça, Sofia. Quer saber? Vou procurar outra que não esqueça das coisas assim tão facilmente. — paro de olhar para ela e volto com minha cabeça para a posição inicial cruzando os meus braços.

— Nem se você quisesse, Eduarda. — diz enquanto chega mais perto de mim.

Não respondo, eu queria me fazer de difícil pelo menos por alguns segundos. Mesmo que minha expressão fácil mostrasse outra coisa.

— O meu amor vai ficar assim porquê sou esquecida? — coloca meu cabelo atrás da orelha.

O meu coração batia tão forte, que poderia ser ouvido facilmente à uma longa distância. Eu tinha certeza que minha pupila estava dilatada.

Ela causava todos esses efeitos em mim.

— Tem certeza de que sou o seu amor? — viro o meu rosto em direção ao seu.

— Você nunca deixou de ser.

Ela acaba com a nossa distância e sela os nossos lábios em um beijo suave, como se fosse um ato de confirmar o que acabou de dizer.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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