Eduarda Hippler
A mesa estava com bebidas alcoólicas e copos. As cartas na mão do Lusca e todos nós em círculos. Já estávamos próximos da meia-noite e a ansiedade se fazia presente em mim de alguma maneira. Eu já sei muito bem quem causava isso em mim.
O jogo era simples, mas dependia do que estava escrito na parte de cima. Ação, vote, aponte, castigo, eu nunca, regra ou desafio. Para mim, isso tudo é uma desculpa para todo mundo ficar bêbado sem peso na consciência.
-Quem começa meus amores? -falo olhando para cada um.
-A ordem fica Gab, Marcos, Sofia, Caick, Pablo, Duda, Douglas e eu. -Lusca fala e quanto aponta para cada um. -Começa Gab, tira uma carta e lê para a gente.
-Começou bom, um copo para cada um. Eu nunca fiquei com alguém dessa roda. -ele pronuncia e todos viram o copo com puro whisky na boca.
-Eu lembro que no início da nossa amizade não podia ter uma gota de álcool que a gente se pegava. -Caick relembra olhando para todos nós.
-Principalmente a Duda. Já ficou com esse bando de viado. -Marcos fala pegando a próxima carta.
-Como se você fosse hetero. -falo e reviro os olhos.
-Ainda bem que hoje em dia somos como irmãos. -Sofia fala e olha diretamente para mim.
Ela fala tão sério, que por um momento esqueço que estávamos extremamente próximas ontem. Uma proximidade suficiente para os nossos lábios estarem juntos.
-Só se a irmandade for entre entre nós homens, porque entre vocês duas eu já não sei. -Douglas se pronuncia fazendo uma cara maliciosa.
-Vamos continuar o jogo ou vocês vão começar com essa história mais uma vez? -interrompo e Marcos finalmente lê a carta.
-Fique três minutos com a pessoa da sua frente sozinhos, ou beba 6 shots os dois. -ele fala e olha para mim.
Marcos escolhe ir para o outro lado próximo a piscina comigo. Eu me recuso a tomar seis shots, sem contar que ele é meu amigo. Confesso que queria essa carta na mão de outra pessoa da roda. Obviamente se ambas estivéssemos em lugares diferentes para a ação ser possível. Voltamos bem rápido, ainda mais por estar sobre o campo se visão de todos.
-Tá bom, minha vez. Agora é aponte. -Sofia diz enquanto passa a mão no cabelo. -Quem tem mais cara de safado?
E de imediato todos os dedos foram em direção ao Caick. Ele sorri abertamente enquanto nos xinga.
-Vão se fuder suas bichas. Aqui do grupo eu sou o mais santo. -diz e finge jogar o cabelo.
Depois disso inúmeras rodadas também passam. De todos nós Marcos estava o pior, justamente por ser fraco com bebidas. Arrisco a dizer que a pessoa mais sóbria no momento era eu, que fiz algumas ações para não beber muito. Foi gente encima da mesa, peça de roupa tirada, mensagem para ex e garrafas de bebida vazias. Isso tudo foi só entre nós, imagina se tivesse outras pessoas.
E olhem, novamente minha vez de tirar a carta chega. Era a última carta da jogada.
-Deixe a pessoa da sua frente te dar um beijo onde quiser, ou beba quatro shots.
Para a alegria de todos ou não, quem estava na minha frente era a Sofia. Justamente porque Marcos saiu da brincadeira e estava quase dormindo de tanta fraqueza.
-Última carta do jogo, tem que ter pelo menos um beijo na boca de vocês. -Pablo diz olhando em nossa direção.
-Um momento desse merece ser filmado. -Caick aponta o celular e fico estática. Eu não disse que preferia o beijo do que o shot.
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Entre sonhos e realidades -Sofia e Doarda
Fiksi PenggemarEntre risos, confidências e desafios emocionais, as duas exploram o que significa amar e ser livre em um mundo que muitas vezes parece sufocante. Enquanto Doarda se confronta com seus medos e desejos, ela descobre novas facetas de si mesma e do amor...