Eduarda Hippler
Depois do ocorrido no banheiro, fiquei levemente desnorteada. Nem me atentei ao fato de que Caick me mandaria mensagem para podermos nos juntar à eles.
Era como se eu ainda pudesse sentir os lábios de Sofia sobre os meus, mesmo que nem perto de mim ela estava.Aproveitei os breves minutos em que ela terminava de se trocar para conferir algumas notificações. Não sei como justificaria minha demora com Sofia para os meninos, principalmente para o Caick e o Gab que já sabiam de tudo o que eu sentia a respeito dela.
Escuto o barulho da porta novamente, mas dessa vez olho rapidamente para a figura da mais velha em minha frente e saímos juntas da casa. O caminho até a areia foi em silêncio, não sabia decifrar se tinha alguma tensão, dúvida ou sentimento recíproco. Caick me avisou que estariam próximos a uma pequena ponte de madeira, onde até conseguiríamos pegar menos vento.
— Sofi, agora preciso de duas coisas. — ela me olha sem entender esparando que eu continue.
— Já vem a postitruta querer inventar coisa.
— Confia em mim? — ela entreita os olhos e concorda com a cabeça.
Assim que percebo os meninos e recebo sua confirmação, coloco uma mão tampando os seus olhos e a outra em sua cintura para guiá-la. Poderia jurar que senti seu corpo se arrepiar com meu toque, mas preferi ignorar e levá-la onde precisava.
— Por acaso vai me arramar e jogar no mar? — ela faz um leve drama segurando em meu antebraço.
— Em segundos você vai entender, agora fica parada e não abre os olhos. — faço um sinal positivo com a cabeça e Pablo vem segurando o bolo.
Com muito custo, devido aos ventos, Lusca conseguiu acender as velas e então puxamos um parabéns. Percebo que Sofia fica um pouco sem reação, mas mesmo assim ela sorri e sopra as velas. Se ela queria passar os primeiros momentos do seu aniversário na praia, que seja ao lado de todos nós. Os meninos começam a gravar e quando olho para o rosto de cada um, a presença indesejável do Matteo se fazia presente. Pouco me interessava ele por agora, meus olhos estavam presos na mulher de cabelos escuros e levemente avermelhados ao meu lado.
É inegável o quanto eu gosto dela.
— Feliz aniversário, Sô. — a puxo pela cintura e a abraço.
Ela silaba um obrigada e então, os meninos vêm nos abraçar em grupo. De canto vejo Matteo parado com o bolo na mão olhando para a nossa cara igual um idiota. E como se não bastasse, ele sorri sem graça e se aproxima deixando um selinho em Sofia.
Como eu queria que ele fosse decapitado.
Me sento bem próxima dela, e arrisco em colocar a cabeça em seu ombro. O inconveniente do seu ficante, se senta do outro lado como se Sofia fosse sua propriedade.
— Vocês são as melhores pessoas que eu podia pedir algum dia. — ela pronuncia com um sorriso.
— Você sabe que amamos você, Sofia. Mesmo que você não demonstre, sei que ama todos nós também. — Caick finge jogar o cabelo enquanto rimos em conjunto.
Ele nos olha desconfiado, já que Sofia estava com aquele traste do lado porém com a mão agarrada na minha. Era como se a nossa aura se completasse.
— Quando eu pensei em seguir minha vida longe de Recife, não imaginei ter uma segunda família. Vocês são meio insuportáveis, mas amo cada um. Obrigada por tornar cada parte da minha vida mais leve, de verdade.
Como eu amava estar apaixonada por ela.
— Espero que esteja incluso sendo o seu primeiro namorado. — Matteo interrompe o momento leve e eu reviro os olhos.
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Entre sonhos e realidades -Sofia e Doarda
Fiksi PenggemarEntre risos, confidências e desafios emocionais, as duas exploram o que significa amar e ser livre em um mundo que muitas vezes parece sufocante. Enquanto Doarda se confronta com seus medos e desejos, ela descobre novas facetas de si mesma e do amor...