drinks and lips

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Sofia Santino

Hoje era uma daquelas noites em que a gente se reúne para se divertir, e eu sabia que "Desafio ou Shot" sempre trazia uma dose extra de adrenalina. Depois de perdermos para Duda, precisávamos de uma animada. A mesa estava cheia de bebidas, e as cartas estavam dispostas viradas, prontas para serem desafiadas.

- Então, quem começa? - perguntei, olhando ao redor.

- Eu posso girar a roleta! - disse Gab rapidamente. Ele sempre foi o mais animado para esses jogos.

Ele girou a roleta no sentido contrário, o que fez todo mundo rir e se perguntar o que isso significava para os desafios que viriam. Assim que a roleta parou, ela indicou Marcos.

- Desafio ou shot? - perguntou Gab, com um olhar provocativo.

- Desafio! - respondeu Marcos sem hesitar.

Gab pensou por um momento e então disse:

- Você deve fazer uma imitação de alguém da nossa turma durante um minuto!

Marcos começou a imitar o jeito exagerado de falar do Pablo, e todos nós rimos até as costelas doerem. Era incrível como ele conseguia capturar a essência de cada um de nós. Depois de algumas rodadas divertidas, chegou a minha vez.

- Sofia! - gritou Caick. - Sua vez de desafiar!

Eu girei a roleta e ela parou em Doarda. Meu coração acelerou ao pensar na possibilidade de um desafio mais ousado entre nós.

- Desafio ou shot? - perguntei com um sorriso malicioso.

- Desafio! - respondeu Doarda, confiante.

- Ok... você deve dançar uma música enquanto tenta não rir! - eu disse, sabendo que ela era péssima em segurar o riso quando estava sendo provocada.

Doarda começou a dançar desajeitadamente enquanto todos nós ríamos e aplaudíamos. Mas então Caick decidiu aumentar a aposta.

- E se você der um beijo em quem estiver mais perto depois da dança?

O olhar dela se tornou instantaneamente sério, mas logo em seguida ela soltou uma risada nervosa.

- Você está me desafiando mesmo? - perguntou Doarda entre risadas.

- Claro! É só um jogo! - Caick respondeu com um sorriso atrevido. Que filho da puta! Ele sabia sobre ontem e só estava tentando gerar mais coisas entre mim e ela.

Doarda completou sua dança sem conseguir parar de rir e quando terminou, olhou diretamente para mim. Eu sabia que estava perto dela. O clima havia mudado sutilmente; havia uma tensão no ar que eu não conseguia ignorar.

Ela hesitou por um segundo e então se aproximou lentamente. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer enquanto nossos olhares se encontravam. O coração batia forte no meu peito enquanto eu me perguntava o que realmente estava acontecendo ali. Estávamos tão próximos que quase nos beijamos; era como se o tempo tivesse parado por um momento.

- E agora? - perguntou Caick, quebrando o momento com uma cara de convencido.

Doarda recuou rapidamente como se tivesse sido acordada de um sonho, mas antes de se afastar deixa um selar de lábios no canto da minha boca. Ela riu nervosamente enquanto eu tentava esconder minha própria confusão atrás de uma expressão despreocupada.

- Acho que vou ter que tomar um shot por isso! - ela disse, tentando disfarçar o ocorrido com um pouco de humor.

Todos rimos e apoiamos sua decisão. Eu também precisava de algo para aliviar a tensão que havia surgido entre nós duas. Peguei meu copo e brindei junto com ela.

Depois disso, continuamos jogando. Cada rodada trazia novas risadas e desafios inusitados. Pablo teve que fazer uma serenata para alguém da turma (e escolheu Gab), enquanto Lusca foi desafiado a contar seu maior segredo em troca de um shot duplo.

Finalmente chegou minha vez novamente. A roleta girou e parou em Doarda outra vez. Meu coração disparou ao pensar no que poderia acontecer desta vez.

- Desafio ou shot? - perguntei novamente, tentando manter a voz firme apesar da ansiedade crescente.

- Desafio! - ela respondeu com determinação.

Eu sorri maliciosamente e pensei rapidamente em algo ousado:

- Você deve me dar uma das batatas fritas da tábua em minha boca a partir da sua boca.

Ela sorriu tímida, mas logo se aproximou novamente.

Quando ela pegou a batata, os meninos começaram a bater palmas em frequência enquanto filmavam o momento. Nossos lábios quase se encontram, mas antes disso, Duda mordeu a ponta que ainda mantia nossa proximidade. Ela sabia se conter, e apesar de não termos nenhum interesse romântico, era bom causar essa tensão.

O jogo continuava em meio à confusão emocional entre nós duas; tudo parecia misturado entre risos altos e olhares.

Enquanto os desafios continuavam e as bebidas eram consumidas, percebi que aquela noite não era apenas mais uma noite qualquer entre amigos. Seguimos jogando, rindo e bebendo... até Pablo passar mal e decidirmos arrumar os colchões no chão da sala para dormirmos.







Entre sonhos e realidades -Sofia e Doarda Onde histórias criam vida. Descubra agora