3. Stepdad

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Felix e Jin dormiram enroscados como um novelo de lã. Os lençóis caros com centenas e centenas de fios eram como seda acariciando suas peles, o calor compartilhado de seus corpos tornava a cama ainda mais quentinha e aconchegante.

Só era uma pena que o despertador de Lix tivesse soado tão cedo.

Seis da manhã? É sério? O alfa pensou.

— Jinnie, solte-me, preciso levantar — pediu, tentando se livrar do braço pesado em sua cintura.

— Mmm — o moreno preguiçoso resmungou e enfiou o rosto mais no pescoço dele, farejando-o, inalando profundamente seus feromônios.

— Isso faz cócegas. Você parece um gatinho grudento — comentou, rindo e acariciando os cabelos longos em seu peito. — Mas é sério, preciso ir.

— Não sem tomar café.

Lix mordeu os lábios.

— Não tenho tempo para sexo matinal hoje. Os horários são inconstantes, posso te passar uma cópia do cronograma e assim você encontra os meus tempos livres.

— Não estamos aqui para nos curtirmos? Você não vai passar o dia todo fora e me deixar sozinho aqui, vai?

O loiro revirou os olhos e fez uma carícia apaziguadora nos ombros do outro.

— Não seja manhoso, volto para você assim que possível.

— Qual será o roleplay de hoje? Ontem não chegamos a falar sobre isso.

E Felix não imaginava como discutir naquele instante seria uma boa ideia. Eles não podiam namorar antes do evento, seria impossível.

— Mmm... Você pode dar uma sugestão? Pense enquanto tomo banho. E peça nosso café da manhã, estou com o tempo contado — falou, selando os lábios de Jin, que relutou em soltá-lo, mas acabou fazendo de qualquer maneira.

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Depois de alguns bons minutos, Felix saiu da deliciosa cascata quente relaxante que o chuveiro caro do hotel cinco estrelas em que estavam hospedados despejava sobre seus fios loiros. Seus cabelos precisavam de um corte, ele nem notou que já chegavam aos ombros. Se bem que, olhando-se no espelho nublado emoldurado com fitas LED, ele gostou do que viu.

Jinnie apareceu atrás dele, abraçando sua cintura por cima do roupão que vestia. Apesar de ter vivido pelos últimos meses na cobertura de um arranha céu luxuoso em Seul, nunca se acostumou verdadeiramente com nada daquilo. O alfa tatuado sabia que não era definitivo, apenas uma conveniência do trabalho criminoso que exerceu contra sua vontade. Mas aqueles dias sombrios acabaram e ele moraria em um apartamento provavelmente menor que os 62 metros quadrados daquele quarto de hotel.

Encaixando o queixo no espaço entre o ombro e o pescoço do ômega, farejou seus feromônios docinhos de cacau, lavanda de fundo dançando em seu olfato. A combinação suave fazia os músculos do moreno relaxarem sob as inúmeras tatuagens que percorriam seu corpo.

O reflexo no espelho mostrava um casal bonito, o casal que eles secretamente gostariam de ser, o casal secreto que eles eram. Tão escondido da sociedade quanto seus desejos excêntricos na cama. Mas encarar a si mesmos juntos, despidos, vulneráveis, felizes, apaixonados, os fazia sentir que tudo aquilo era incrivelmente certo.

Nosso café está a caminho — disse e embalou o Lee em seus braços. — Você está tão cheiroso. — Farejou-o, beijando a pele macia de seu pescoço.

Ele corou, negando com a cabeça.

— Preciso me trocar, me solte. Solte, solte — insistiu. — Porque se você não fizer agora, corro sério risco de nunca mais conseguir sair daqui.

Contos Kinky | HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora