Como o amor faz sentido?

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A solidão que emergia dentro de seu ser, Genya estava totalmente despedaçado por dentro. Ele tentou ao máximo esquecer o pilar da névoa, mas aquele rosto não saia de sua mente, toda vez que fechava os olhos, o retrato de suas feições eram pintadas sobre seus olhos. Ele não só perdeu Muichiro quando terminou com o mesmo, ele perdeu uma parte dele.

Ele se olhou de frente pro espelho e pegou o colar que ele havia ganhado de Tokito, agora o eclipse não poderá acontecer. O amor que se acabou e não voltou mais. Sentindo o peso de sua mente o perturbar cada vez mais, ele resolveu sair do quarto que estava e ir até um local para de livrar daqueles pensamentos que o seguiam. Ele foi até a sala principal, e escutou uma voz familiar chamando o seu nome. Era Sanemi que o olhava e se aproximou dele.

— Irmão... –Genya falou abaixando sua cabeça, ainda pensativo da última vez que se encontrou com ele.

— E aí, pensou no que eu te disse? –Fez um gesto com a cabeça e colocou uma de suas mãos no ombro do garoto.– E o Tokito?

— Terminei com ele. –Desviou o olhar ainda abalado com a situação, seus olhos não possuíam mais brilho.

— Fez a coisa certa. –Ele abre um sorriso e coloca sua mão na cabeça dele, fazendo um leve cafuné.

— F-Fiz?

— Uhum, você escolheu não viver no pecado e isso é bom. –Afirmou com a cabeça e retirou sua mão do outro, pegando na alça de seu cinto ele falou.

— É... Eu espero. –Sua cabeça permaneceu baixa e ele abriu um sorriso fraco e sínico.

Ele fez a escolha certa? Mas se fez... Por que isso ainda dói tanto?

Genya estava confuso sobre o término de seu relacionamento, não sabia ao certo se isso foi uma boa escolha. Seu irmão lhe falou que foi a escolha certa, mas não sabe dizer se isso é verdade.

Muichiro olhava o colar com o pingente de lua em sua mão, foi a única recordação do namoro, agora foi tudo arruinado. Sentia um vazio dentro dele. Olhava para o céu com seus olhos túmidos, as nuvens caminhavam sobre o céu, fazendo delicados rastros, os pássaros também rodeavam o céu.

— Sua beleza nunca me assustou.

Lembrou-se das palavras do maior, palavras tão lindas, que agora não se passava de uma frase vazia e sem nexo, que agora não tinha mais significado. Ele não deveria estar se lamentando por causa de um amor, ele era considerado frio pros outros, mas Genya...

"Aquele garoto mudou meus sentidos"

Se yuichiro estivesse aqui agora, o que ele lhe diria? Se pudesse falar com seu irmão de novo, ele o abraçaria e choraria em seus braços. Quando perdeu o seu amado, perdeu uma parte de seu coração. Não entendia porquê de seu amado achar o amor deles um pecado, sentia uma pontada no peito toda vez que se lembrava das frases que o outro havia proferido naquela noite cálida de verão.

Verão...

Agora tinha mais um motivo pra detestar o verão. A estação em que seu irmão morreu e a estação em que seu amado terminou o seu amor.

— Tokito... –O Kamado chamou, segurando as mãos de nezuko enquanto ia até o hashira– Não vejo você á muito tempo, o que houve?

— Tanjiro. –Virou sua cabeça de lado para vê-lo e logo deu um passo a frente– Só estou ocupado nesses últimos dias.

— Você parece meio abalado... aconteceu alguma coisa recentemente? –Perguntou olhando-o e ergueu uma sombrancelha ao notar o mesmo abatido.

— Não é nada. Não se preocupe comigo. –Seu tom de voz permaneceu frio, sua expressão retoma a mesma sem ânimo.

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