Desamarrando sentimentos

115 14 24
                                    

Dois dias haviam se passado depois do ocorrido com Sanemi, ainda estava muito abalado pelas palavras do mesmo que o atingiram feio. Era fim de tarde quando estava com Muichiro, eles estavam sentados em um banco e conversando sobre o seu dia. Muichiro notou algo estranho no namorado, ele não sabia do que se tratava e quando perguntava Genya não o respondia.

— Genya? –O chamou abraçando o braço do maior com um tom de voz manhoso.

— hm? –Murmurou enquanto encarava fixamente o chão.

— Hm... –Ele virou sua cabeça para cima indignado com o jeito frio do mesmo– O que tá acontecendo com você? Por que tá me respondendo assim?

— Eu só tô cansado. –Ele continuava fixando seu olhar no chão.

— Seja sincero comigo, você tá muito estranho esses últimos dias. –Exclamou olhando para o mesmo e soltando o seu braço– Você tá bravo?

— Não estou bravo.

— Então por que tá assim? –Levantou uma sombrancelha e sacudiu seu ombro tentando chamar a atenção do mesmo.

— Me desculpa, Tokito. Eu tenho dormido mal esses dias, eu só estou cansado. –Ele se levanta e anda um pouco antes de parar– Não se preocupe tá bom?

— T-Tá... –Ele abaixou sua cabeça por uns instantes e logo respirou fundo.

Ele se sentia mal por tratar o mesmo assim, ele realmente se sentia muito mal, entretanto as palavras que seu irmão lhe disse entraram fortemente em sua cabeça, onde repetia a mesma frase várias e várias vezes. Sua cabeça estava em um grande laço de perguntas que se embaralhava cada vez mais. Ele amava muito Muichiro, mas pensa se esse amor é realmente certo para ambos. Assim que andava pelo vilarejo, olhando para baixo fixamente e logo ouviu a conversa de alguém. Mitsuri e Obanai pareciam estar em uma espécie de encontro.

— A-Ahh! I-Iguro isso é mesmo pra mim? –Ela pergunta com o rosto corado enquanto obanai a entrega uma caixinha de presente.

— S-Sim, Kanroji. –Seu rosto corou enquanto entregava o presente.

Os olhou por uns instantes e logo se afastou, os dois se amavam isso era óbvio, mas o amor deles não era considerado pecado. Pensando ainda mais na situação que discutiu com seu irmão, o motivo de sentir um vazio grotesco dentro de seu peito. Ele amava o tal chamado pilar da névoa, porém, esse amor seria certo?

"Se eu fosse uma mulher, te amar não seria pecado."

Repetiu em seus pensamentos, o pecado mais doloroso que alguém poderia fazer, seria amar alguém. O vazio que se estendeu á sua alma e proferiu as mesmas palavras novamente, as mesmas palavras que Sanemi havia lhe dito, as palavras que o machucaram mais que qualquer corte que havia feito. Pensava que o amor era calmo e doce como uma brisa fresca numa manhã, mas o amor é muito mais bruto, como ter o peito perfurado por uma espada.

Andou por mais ou menos uma hora pelo vilarejo, refletindo sobre tudo que havia acontecido nos últimos dias. Foi interrompido pelo som de risadas, eram crianças que brincavam ao redor, elas sorriam e corriam. Crianças e animais são seres de almas puras que nunca cometeram pecados, ele queria ser uma delas, calmas e limpas, limpas de pecados. Andou por mais alguns instantes não sabendo o que deveria fazer agora, ou pra onde ir, só sabia que iria até onde seus pés o levassem. Ele ouviu um bater de asas e viu o corvo lhe trazendo uma carta. Ele pegou a carta e viu que a carta seria de Tokito.

"Genya, estou confuso sobre seu comportamento recentemente. Eu não sei o que está acontecendo e você não me fala nada, está muito estranho esses últimos dias e sequer demos as mãos hoje. Por favor eu quero conversar com você sobre o que está acontecendo, me encontre hoje a noite para falarmos melhor.

A arma que é amar Onde histórias criam vida. Descubra agora