Cartas para novas sensações

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Recentemente algo que incomodava o caçador de demônios, algo chamado como, a sensação estranha de sentir seu estômago embrulhar perto de Tokito. Não sabia ao certo o que isso poderia significar, talvez devesse ser algo temporário ou algo do tipo, esperava-se que isso não lhe tornasse um problema. Relembrando essas últimas semanas, percebeu que via Tokito com muita mais frequência e sempre passavam a maior parte do tempo juntos, não eram nada parecidos. Tinham gostos diferentes, mas sempre tinha vontade de vê-lo mais.

Estava treinando sua mira em um local vazio, era uma floresta meio morta. Enquanto treinava, pensou consigo mesmo sobre a última vez que viu Tokito, ele não queria ficar pensando em outra pessoa fora de hora. Só não sabia o motivo de não parar de pensar no pilar da névoa. Depois de alguns instantes, um corvo veio voando até Genya com um papel.

— Aah! –grune o corvo antes de entregar o papel para Genya– Mensagem de Tokito para você!

— Obrigado. –Acena a cabeça em agradecimento e pega a carta.

— Aaah! –o corvo grune uma última vez antes de voar para longe.

Então o Hashira havia lhe enviado uma carta, o que seria? Ele se sentou em um tronco de árvore e logo abriu a carta, a letra de Muichiro era muito bonita e bem trabalhada. Na carta estava escrito:

"Estou escrevendo essa carta para te falar que o Kamado está comigo hoje, estou ajudando ele em algumas técnicas de treino. Assim que eu terminar gostaria de te encontrar, e também tenho algo a te falar. Me encontre na clareira perto da mansão borboleta."

— O que ele quer me falar? –perguntou a si mesmo antes de dobrar a carta e colocar ela no bolso.

Era uma questão que Genya queria saber, o que será que era? Ele tentou se concentrar no treinamento, mas não conseguiu. Mas também havia algo que incomodava fortemente seus instintos, "O Kamado está comigo hoje" o que diabos isso significava? Tanjiro já era forte o suficiente e não precisava da ajuda de Muichiro, quer dizer, isso não era um problema, ou era? Ele sinceramente não sabia, até porquê alguma coisa dentro dele queimava depois de saber que Muichiro estaria com Tanjiro agora mesmo. Muichiro sempre parecia ficar mais feliz ao lado de Tanjiro, ele realmente parecia gostar dele, igual aquela vez no jardim.

Ao pensar nisso não pode deixar de sentir uma pontada forte no estômago e uma ardência dentro de seu peito, não entendia o porquê se importava tanto. Ele não conseguiu mais treinar com o passar do tempo, então só decidiu ir até a clareira de uma vez para que assim, não ficasse tão inquieto como antes, assim que andou até o local marcado por Muichiro ficou lá por um tempo esperando o menor aparecer, se sentou em um tronco de árvore que tinha lá.

É estranho, não? –Disse Genya enquanto olhava para um coelho que estava ali perto– Essa sensação é estranha, eu não sei o que deve ser.

— Você chegou mais cedo que...

— Aaaah! –solta um grito de susto e se levanta rapidamente.– Não chega despercebido assim! –fala com raiva antes de respirar fundo.

— Ah... Perdão. –Nota a raiva do mesmo e tenta o acalmar

— Tudo bem, por que me chamou aqui?

— ... –Olha para baixo por alguns instantes antes de respirar fundo

— Hã? –Murmura meio confuso pela falta de resposta do mesmo.

— Seria... –ele cerra os punhos enquanto fixa seu olhar no chão.

— É que... Er... Uh... –ele continua fixando seu olhar no chão enquanto balbucia algumas palavras.

— Eu não sei o que você quer dizer. O que pensa? –Questiona meio confuso pela forma que o menor estar.

— É que, sabe? Ouvi dizer que nessa primavera vai ter um festival... –Puxa o ar enquanto fala e olha para o maior logo em seguida– queria saber se gostaria de ir comigo?

— Tá falando do festival das flores? –Diz enquanto se levanta, e olha para o menor– Mas... Normalmente quem frequenta esses festivais são casais...

— Eu sei, mas, eu queria te chamar já que eu não tenho mais ninguém pra ir. –Murmura e solta o ar depois de falar– Eu iria chamar o Tanjiro, mas ele já tem alguém pra ir...

— Ia chamar o Tanjiro? –Olha para o menor e cerra os punhos com força, ele sente seu peito queimar

— Sim... mas... de qualquer modo, ir com você me convém mais. –Ele mexe os dedos inquieto com a resposta.

— Ah... –Grune um pouco nervoso, ainda se sente incomodado com algo– Eu vou.

— Sério? –Se surpreende com a resposta do mesmo antes de olhar para ele de forma profunda

— Hm. –Confirma balançando a cabeça, ainda sente seu peito queimar

— Que bom! –Exclama parecendo feliz com a resposta do mesmo.

— Mas, só uma pergunta.

— Hm?

— Por que pensou em chamar Tanjiro? E se ele tivesse aceitado você ainda iria pensar em me chamar? –O maior parece totalmente irritado com esse fato.

— Anh? –Tokito fica ainda mais confuso pela fala de Genya e olha para ele– Onde quer chegar com isso?

— Onde eu quero chegar?! –Seu tom de voz fica mais firme enquanto fala, e também está meio emburrado– Responda a minha pergunta!

— Não sei o que você quer dizer com isso, Genya. Por que está tão irritado? –Se aproxima do mesmo e logo diz com calma– Eu falei que "iria" chamá-lo, não significa que eu chamei. Eu só perguntei pra ele se ele tinha alguém pra ir, mas isso não quer dizer que você é a minha segunda opção.

— ... –parece meio sem graça pela sua reação anterior– Ah, desculpe... Eu fiquei meio pensativo com isso.

— Tá tudo bem, eu também teria a mesma reação que a sua. –Sua voz ainda permanece calma, e logo olha para o coelho que estava em seu pé e se abaixa para o acariciar.

Genya ao ver que muichiro estava acariciando o coelho, ele também se abaixou logo em seguida para o ver também. Parecia meio sem graça por ter agido de forma tão infantil com o pilar da névoa, ele mesmo não entendia o porquê tinha ficado tão irritado com o fato de muichiro ficar com Tanjiro. Outra coisa era que, Tokito, havia o convidado para ir ao festival das flores junto com ele, e isso o deixava de algum jeito feliz.

Enquanto via o mesmo acariciando aquele coelho branquinho e com algumas manchas por todo pelo, ele olhou para Muichiro por alguns instantes antes de observar melhor o outro. Sua face era esculpida em uma forma mais fina, e seus olhos eram tão azuis que refletiam a luz do sol e isso o deixava ainda mais bonito. Sentiu suas bochechas ferverem e sentiu um frio na barriga ao mesmo tempo, o que é isso?

— Mar... –Genya murmura e logo que o menor olha para ele, seu rosto fica ainda mais vermelho– Seus olhos me lembram o mar.

— Ah... Você acha? –seu rosto se franziu em um sorriso discreto antes de seu rosto corar levemente.

— S-Sim... combina com você. –Desviou o seu olhar ainda com o rosto corado.

— Obrigado. É a primeira vez que alguém me elogia assim. –Parece ter ficado feliz pelo enaltecimento.

— Sério? Pensei que as pessoas sempre te elogiavam.

— Bem, as pessoas normalmente tem medo de mim por eu ser "sério demais"

— Eu não imaginava. –Curva sua cabeça para baixo por alguns segundos.

— Tá tudo bem, eu já estou acostumado. –Diz abrindo outro sorriso tímido e tirando uma mecha de cabelo e a colocando atrás da orelha

— Ah... –Logo em seguida dá um sorriso leve e respira fundo.

Essa sensação... O que é? É como um pentestal imenso tivesse sido colocado dentro de si. Isso é uma admiração tão grande assim? Parecia que poderia flutuar a qualquer momento...

"Sinto como se meu mundo girasse em torno dele"

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