Cap 16

56 5 0
                                    

Ela me levou ao cômodo que me apontara como o gabinete de Emma. Parou do lado de fora da porta por um instante.

- Entre - convidou a voz de Emma.

Lena abriu a porta para um cômodo de teto elevado com janelas altas dando para o oeste. As paredes também eram revestidas, de uma madeira escura. A maior parte do espaço nas paredes era tomado de estantes altas que sustentavam mais livros do que eu já vira em uma biblioteca.

Emma estava sentada atrás de uma enorme mesa de mogno, em uma poltrona de couro. Havia acabado de colocar um marcador de páginas em um livro grosso que segurava.

- O que posso fazer por vocês ? - perguntou em um tom de satisfação enquanto se levantava.

- Queria mostrar a Kara um pouco da nossa história - disse Lena - Bom da sua e da minha na verdade.

- Não queríamos incomodar você - eu me desculpei.

- De forma alguma. Por onde querem começar ?

- Pelo cocheiro - respondeu Lena, colocando a mão de leve em meu ombro e girando-me para me voltar para a porta de onde tinhamos vindo.

Lena me puxou para o canto esquerdo parando em frente de uma tela a óleo em uma moldura de madeira simples. Está não se destacava entre as peças maiores e mais brilhantes retratava uma pequena cidade cheia de telhados escarpados. Um rio largo enchia o fundo, atravessado por uma ponte coberta de estruturas que pareciam pequenas catedrais.

- Londres em 1650 - Disse lena.

- A Londres da minha juventude - acrescentou Emma.

- Vai contar a história ? - perguntou Lena.

- Eu iria - respondeu - mas na verdade está ficando tarde. O hospital ligou de manhã... O Dr.Snow tirou o dia de licença. Além disso você conhece as histórias tão bem quanto eu.

Depois de outro sorriso caloroso para mim, Emma saiu da sala.

- O que aconteceu então ? - perguntei por fim olhando para Lena - Quando ela percebeu o que havia lhe ocorrido ?

- Quando ela percebeu no que tinha se transformado, quiser se destruir. Mas não é tão fácil.

- Como? - Eu não queria dizer isso em voz alta, mas a palavra saiu devido a meu choque.

- Ela pulou de grandes alturas, tentou se afogar no mar... Mas era jovem na nova vida e muito forte. Era incrível a que era capaz de resistir... Alimentando-se... Enquanto ainda era tão nova. O instinto é mais forte nesse período, controla tudo. Mas ela sentia repulsa por si mesma que teve forças para tentar se matar de inanição.

- Isso é possível ? - minha voz era fraca.

- Não, não há muitas maneiras com que possamos ser mortos.

Abri a boca para perguntar mas antes disso ela falou.

- Então ela ficou com muita fome e por fim enfraqueceu. Afastou-se o máximo que pode dos humanos, reconhecendo que sua força de vontade também se enfraquecia. Durante meses, vagou à noite, procurando pelos lugares mais solitários, abominando a si mesma. Numa noite, uma horda de cervos passou por seu esconderijo. Ela estava tão louca de sede que atacou sem pensar. Sua força voltou e ela percebeu que havia uma alternativa a ser o monstro vil que temia. Nós meses seguintes, nasceu sua nova filosofia.

Ela podia existir sem ser um demônio. Ela se reencontrou, começou a fazer melhor uso de seu tempo. Sempre foi inteligente, ansiosa por aprender. Agora tinha um tempo ilimitado diante de si. Estudava à noite, planejava durante a noite. Nadou até a frança e...

Os Luthors - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora