Cap 22

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Levou muito menos tempo que eu pensava - todo o pavor, o desespero, meu  coração estilhaçando-se. Os minutos passavam mais lentamente do que de costume. Brainy ainda não tinha retornado quando voltei para nia. Eu tinha medo de ficar no mesmo ambiente que ela, medo que ela adivinhasse... E medo de esconder dela pelo mesmo motivo.

Eu havia pensando que estava muito além da minha capacidade ficar surpresa , mas fiquei quando vi Nia curvada sobre a mesa, segurando-se na beira com as duas mãos.

- Nia ?

Ela não reagiu quando chamei seu nome, mas sua cabeça lentamente virou para o meu lado e vi seu rosto. Seus olhos eram inexpressivos e apagados.

Corri para o lado dela, estendendo o braço para pegar sua mão.

- Nia! - A voz de brainy foi uma chicotada e logo ele estava bem atrás de nia, as mãos envolvendo as dela, soltando-as da mesa. Do outro lado da sala, a porta se fechou com um estalo baixo.

- O que é ? - perguntou ele.

Ela desviou os olhos de mim, olhando para o peito dele.

- Kara - disse ela.

- Eu estou aqui - respondi. - O que você viu ?

Nia se recuperou rápido mudando de assunto.

Depois entendi que ela não me chamou, estava apenas respondendo a pergunta de brainy.

- Quer comer alguma coisa ? - perguntou ela, com uma voz tranquila.

- Não, vou comer no aeroporto.

Eu fui me arrumar metodicamente me concentrando em cada tarefa. Deixei o cabelo solto, balançando em volta de mim cobrindo meu rosto. Vasculhei minha mala até achar meu dinheiro.

Estava ansiosa para chegar ao aeroporto e fiquei feliz quando saímos. Desta vez estava sentada sozinha no banco traseiro do carro escuro. Nia estava encostada na porta, o rosto virado para brainy mas por trás dos óculos de sol, lançava olhares na minha direção a cada poucos segundos.

- Nia ? - perguntei, indiferente.

Ela era cautelosa.

- Sim ?

- Como isso funciona ? As coisas que você vê ? - Olhei para a janela e minha voz parecia entediada - Lena disse que não era definitivo... Que as coisas mudam, é verdade ? - Dizer o nome dela era mais difícil do que eu pensava.

- Sim, as coisas mudam... - murmurou ela. Com esperança, pensei - As pessoas são mais difíceis. Só vejo o rumo que tomam quando estão nele. Depois que mudam de ideia... Tomam uma nova decisão, por menor que seja... Todo o futuro se altera.

Eu assenti pensativamente.

- Então você não poderá ver mon-el em Phoenix enquanto ele não decidir vir para cá.

- Sim - concordou ela, cautelosa novamente.

E ela só me viu na sala de espelhos com mon-el quando eu tomei a decisão de encontrar ele lá. Tentei não pensar no que ela viu, não queria que brainy sentisse meu pânico e ele ficasse desconfiado.

Chegamos ao aeroporto, a sorte estava comigo, ou talvez fosse só o acaso. O avião de Lena ia pousar no terminal quatro o maior terminal.

Era o terminal que eu precisava grande e mais confuso. E havia uma porta para o terceiro pavimento que podia ser minha única chance.

Esperei por minha oportunidade, incapaz de impedir que meus dedos dos pés batessem. Sentamos nas longas filas de cadeiras perto dos detectores de metal.

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