Cap 13

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Na luz do sol..., Lena era chocante. Eu não conseguia me acostumar com aquilo, embora a tivesse olhado a tarde toda. Sua pele, branca apesar do rubor fraco da viagem de caça da véspera, literalmente faiscava, como se milhares de diamantes pequenininhos estivessem incrustados na superfície.

Ela se deitou imóvel na relva, os braços nus cintilando.

De vez em quando seus lábios se mexiam , tão rápido que pareciam estar tremendo. Mas quando perguntei ela disse que estava cantando baixo para si mesma.Fique sentada, o queijo apoiado nos joelhos, sem vontade de tirar os olhos dela.

Hesitante, sempre temerosa, mesmo agora, que ela pudesse desaparecer, estendi um dedo e afaguei as costas de sua mão faiscante, onde estava ao meu alcance. Outra vez fiquei maravilhada com a textura perfeita como cetim, fria como pedra. Quando ergui a cabeça novamente seus olhos estavam abertos, Observando-me. Hoje a cor verde estava mais clara, mais quente depois da caçada.

Seu sorriso rápido virou o canto de seus lábios perfeitos para cima.

- Eu não assusto você ? - perguntou ela brincando, mas pude sentir a curiosidade real em sua voz suave.

- Não mais do que de costume.

Ela abriu mais o sorriso.

Me aproximei com a mão estendida para acompanhar os contornos de seu braço com a ponta dos dedos. Vi que meus dedos tremiam e sabia que ela não deixaria de perceber isso.

- Você se importa ? - perguntei, porque ela fechará os olhos novamente.

- Não, nem imagina como é.

Passei a mão suavemente pelos músculos suaves de seu braço, acompanhando o leve padrão de veias arroxeadas por dentro da dobra do cotovelo. Com a outra mão, virei a palma dela para cima. Percebendo o que eu queria ela virou a mão naqueles seus movimentos ofuscantes. Isso me sobressaltou; meus dedos paralisaram em seu braço por um breve segundo.

- Desculpe - murmurou ela - é muito fácil ser eu mesma com você.

Levantei a mão dela enquanto via o sol cintilar em sua palma.

- Me diga o que está pensando - sussurrou ela - Não saber ainda é estranho para mim.

- Sabe de uma coisa, todos nós nos sentimos assim o tempo todo.

- É uma vida difícil, mas você não me contou.

- Eu é que queria saber o que você está pensando.

- E ?

- E queria poder acreditar que você é real. E queria não ter medo.

- Não quero que tenha medo. - sua voz era um murmurio suave.

- Não me refiro exatamente a medo.

- Do que tem medo, então ? - sussurrou ela intensamente.

Mas eu não consegui responder. Como tinha feito antes, senti seu hálito frio em meu rosto. Doce, delicioso, o aroma me dava água na boca. Era diferente de tudo que eu conhecia. Instintivamente, sem pensar cheguei mais perto, inspirando.

E então a mão foi retirada de mim, ela estava a cinco metros de mim, Lena me encarava com a expressão indecifrável.

Pude sentir a dor e o choque em meu rosto.

- Desculpe... Lena - sussurrei.

- Me de um minuto - disse alto o suficiente para eu ouvir.

Ela voltou devagar e afundou graciosamente no chão, cruzando as pernas. Os olhos não deixavam os meus.

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