Minha Querida Inimiga: Wenclair [G!P]

Capítulo 8: Paraiso carnal

Yoko aproveitou que as duas entraram na cripta em meio uma discussão e trancou a porta atrás das duas. Ela passou o ferrolho pela pesada porta de madeira e pediu a qualquer força maior que isso desse certo, que elas se entendessem e não se matassem até a manhã seguinte. A asiática não pode deixar de sentir um pouco de inquietude com suas ações, mas aquilo era necessário para o bem de todos os envolvidos.

Assim que a porta se fechou, Enid e Wednesday se aproximaram correndo. A Sinclair começou a bater contra a madeira. — YOKO ABRE ESSA MERDA! – Gritou, enquanto batia na porta.

— Você será uma ômega morta se não abrir a porra da porta, Tanaka. – Wednesday ameaçou, enquanto puxava a porta, mas só conseguiu causar barulho. — Yoko! – Yoko se arrepiou.

— Vocês só vão sair daí quando se acertarem. Eu volto amanhã antes das aulas e espero que tenham feito as pazes, ok? – Yoko disse, apenas de estar com medo de Wednesday Addams.

— NÃO, YOKO! NÃO FAZ ISSO! – Enid bateu na porta novamente. — TIRA A GENTE DAQUI OU VOU TE MATAR, TANAKA!

— YOKO! – Wednesday puxou a porta novamente, ela fez um barulho, mas nem ao menos se moveu. — Merda. Eu juro que vou matar essa garota.

— Não, você não vai, pois quem vai matá-la sou eu. – Enid disse.

— Ótimo, vou ter que ficar presa aqui com uma mimadinha. Vai ser uma noite incrível. – Debochou, enquanto ia para longe de Enid.

— Você acha que o mundo gira em torno de você, não é, Addams? – Enid perguntou, sua voz em um sussurro raivoso. — Pois tenho uma triste notícia para você. Ele não gira. – Ela disse.

— E você acha que pode me desafiar sem enfrentar as consequências? Que ingênua, docinho.

As duas se aproximaram, a tensão era palpável. Os olhos de Enid tomados por uma tempestade de fúria, querendo se mostrar superior a morena, mas falhando miseravelmente; os olhos de Wednesday eram um poços negros de determinação, ela não estava ameaçada pela ômega em sua frente e deixaria ela saber disso. A cripta parecia encolher ao redor delas. A atmosfera carregada com meses de rivalidade e ódio reprimido.

— Você sempre teve essa superioridade nojenta. – Enid disse, com sua voz tremendo de emoção. — Sempre se achou melhor do que todo mundo, inclusive de mim, mas você não é, Addams.

Wednesday se aproximou ainda mais, seus rostos agora a centímetros de distância. — Você tem certeza disso? Talvez, eu seja mesmo melhor do que você, docinho. – Desafiou, sorrindo.

A respiração de Enid estava pesada e irregular, sua raiva e frustração borbulhando. — Você não sabe de nada. – Ela sussurrou, sua voz quebrando, mas não se afastou. — Você não é melhor do que eu ou qualquer outra pessoa dessa escola. Você é apenas mais uma desajustada como todos nós. – Declarou e Wednesday arqueou uma sobrancelha em curiosidade.

O silêncio se estabeleceu entre elas, carregado de palavras não ditas e sentimentos reprimidos. De repente, como se movidas por uma força irresistível, ambas se inclinaram para frente ao mesmo tempo. Os lábios de Enid encontraram os de Wednesday em um beijo feroz e desesperado, cheio de ódio e desejo. Foi um choque elétrico, o contato deles. Enid agarrou os ombros de Wednesday, os dedos segurando firmemente o tecido da sua blusa, enquanto Wednesday respondeu com a mesma intensidade, suas mãos prendendo-se à cintura da loira. Era um beijo que falava de meses de rivalidade e tesão acumulado, cada uma tentando dominar a outra nesse ato mais íntimo.

O beijo foi curto, mas carregado de emoções contraditórias. Quando se separaram, ambas estavam ofegantes, os olhos brilhando em confusão, ódio e acima de tudo, desejo. A cripta parecia mais apertada, as sombras nas paredes testemunhas silenciosas do que havia acabado de acontecer. — Isso não muda nada. – Enid disse, em um sussurro rouco.