Capítulo 15

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                             Eva Dombor 

 Uma semana havia me transformado em um soldado que nem mil batalhas conseguiria transformar. Não era sobre meu porte físico ou uma mente estrategista, era sobre a sede que crescia em mim por meio de uma justiça que achava precisar exercer.

Aliás, poderia estar manuseando uma arma feita para matar de forma dolorosa, ao em vez de estar pendurada em lençóis desenhando posturas delicadas de uma dança sem música. Em meu mundo não havia música antes de Denver apresentar-me, então porque eu precisava dançar sozinha com ela?

 Abri os olhos observando o cômodo de ponta cabeça enquanto a ponta dos meus cabelos balançava ao ar, mirando na direção do chão.

— Porque não chama Denver para brincar um pouquinho com você? — Lieger apareceu diante da minha visão distorcida. O sarcasmo manuseado com sua risada — Estou entediado.

— Denver está ocupado agora.

 Virei a postura descendo do arco dos lençóis e tocando os pés ao chão, longe da dança que antes me prendia.

— Está ocupado planejando sua vingança? — Lieger pareceu não saber — Esses dois são mesmo idiotas. Duas semanas para organizar uma matança, dois fantoches na sua mão, Eva.

— Se fossem meus fantoches, não teríamos chegado nas circunstâncias que chegamos. — eu disse virando para Lieger. Sua aparência ainda era de morto torturado, sem muita fisionomia do qual eu poderia julgar além da forma grande do seu corpo, semelhante à de Denver — Fico pensando que parece jovem demais para ser avô de Denver, seria algum tipo de feitiço?

— Conheço alguns, — se referiu aos feitiços — gostaria de ensiná-la.

— E porque você faria isso?

— Porque seu poder é grande demais para desperdiçar pensando no motivo de ver gente morta, Evangeline. Nunca pensou que seu defeito poderia ser uma qualidade?

 Odiava a forma que falava como se fosse a pessoa mais sábia que já pisara nesse mundo, muito embora ele realmente pudesse ser.

— Não estou entendendo. 

— O mundo é regido por três deuses sem nome. Um é representado pela luz, sol, nascimento e tendências positivas... O outro é a matéria física que estrutura coisas das quais podemos tocar. Já o outro é o contrário do primeiro, é representado pela escuridão, noite, falecimento e tendências negativas. Há outras coisas que acompanham eles, mas nunca vamos saber... Essas características que citei são as principais.

— Eu sabia que o mundo era regido por deuses, mas não sabia seus conceitos. Isso é ensinado para pessoas da alta sociedade, pessoas que possuem ensino. Ninguém quer ensinar nada para pessoas que não terão importância na sociedade além de servir para quem pode pagar. 

— Isso é algo terrível, Evangeline. Meu neto lutou muito por essa melhora, mas conseguiram tirar suas estratégias... Acabou morto de qualquer forma.

— O irmão gêmeo de Denver? 

— Sim.

— Você parece sentir mais empatia pelo gêmeo morto do que pelo gêmeo vivo, Lieger. Embora o vivo tenha tendências tão ruins quanto a sua.

— O gêmeo morto não passou meses me torturando igual o vivo fez.

— Era só ter dito a cura para Denver.

— Se eu tivesse dito ele nunca teria me levado até você. — adicionou — Você não entende, Evangeline? A união dos três deuses causaria uma revolução jamais vista na mundo inteiro. Você é a representação física da deusa das trevas, negra, comanda o lado da morte. Denver tem a representação da parte física, as sombras que ele tanto abomina podem se transformar em qualquer coisa se assim ele quiser. Vocês só não nascem com a memória de lembrarem o que realmente são, por isso desconhecem e condenam seus poderes.

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⏰ Última atualização: Aug 18 ⏰

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