Angel Heart - Clarisse la rue

9

Sinto o ar gélido contra meu rosto enquanto olho para o lago de longe, uma pequena vontade de ir ate ele crescia dentro de mim.

Posso ouvir as vozes de quase todos vindo de trás, Clarisse mais uma vez sumiu, cheguei a pensar em perguntar Angelina onde ela estava e o porquê de não ter dado as caras ate agora, mas seria estranho.

Olho para o lado vendo Eve se sentar ao meu lado no branco virado para o lago e as montanhas.

– No que tanto pensa ?

– Clarisse. — Respondo sem tirar os olhos do lago.

– Você não para de pensar nela, não é ? — Reviro os olhos ouvindo sua risada de leve logo a sentido se aproxima do meu ouvido — Faz uma surpresa, vai no quarto dela durante a noite.

– Eve ! — A olho vendo segurar a risada.

– To falando serio, deveria fazer o quê to te falando.

No momento em que eu ia responder, pequenos movimentos na roseira debaixo de uma árvore a poucos metros ao nosso lado, chama minha atenção.

Pequenas asas pretas aparecem entre as rosas brancas.

– Angelina esta nos chamando para o almoço, enquanto a gente come pensamos em como você vai para o quarto da Clarisse. —  A voz de Eve me faz a olhar.

– Eu já vou, pode ir na frente. —  Sorrio de leve a vendo levantar sorrindo e se afastar.

Volto meu olhar para a roseira mais nada da borboleta me fazendo levantar e ir ate o lugar onde vi suas asas.

Olho ao redor a vendo seguir em direção a uma trilha, mesmo com minha mente me mandando ficar quieta no lugar, meu corpo a segue.

As árvores parecem fazer uma espécie de túnel, aos poucos as vozes que viam da casa foram sumido.

Entre os troncos posso a ver o lago ficar mais próximo e a brisa da água aumentando.

A borboleta voa como se me guiasse,  ja pensei em contar para alguém sobre ela, como sempre a vejo pelos cantos desde pequena e como ela passou a aparecer mais vezes nas últimas semanas. A vi pela primeira vez quando era criança, sempre eram por poucos segundos antes dela sumir, de inicio sua aparição era diária, mai com o tempo ela sumia por meses, quando tentei contar para meus pais eles logo me levaram a um psiquiatra.

Durante um tempo coloquei na minha cabeça que ela era só minha imaginação, um sonho acordado.

Paro de andar no momento em que vejo a estufa das orquídeas negras, um sorriso pequeno aparece em meu rosto.

Me aproximo da estrutura, o cheiro doce começa a ficar mais forte a cada passo que dou.

Um pequeno botão meio afastado das outras onde pegava um pouco de sol se destacava de todas, o unico que recebia o raio solar da manhã.

Toco de leve suas pétalas as vendo se abrirem como em um passe de mágica, por um segundo senti meu cérebro parar de funcionar, dou alguns paços para trás ate bater em alguém.

Seguro a respiração assim que sinto uma mão segura minha cintura com força, podia sentir a pequena corrente de eletricidade percorrer todo o meu corpo.

Ouço uma risada baixa soar fazendo qualquer coragem que eu tinha de olhar para trás sumir por completo.

– Não deveria estar na cama ? — Tento racionar, mas meu cérebro trava. — Safira.

A voz firme, levemente rouca e forte.

Puder sentir seu hálito quente bater contra meu pescoço assim que ela falou meu nome.