O terraço

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- Me responde você primeiro. - Insistiu ele.

- Não, você.

Porra!

Sempre tem alguém pra me atrapalhar!

Estávamos falando baixinho, pra não acordar ninguém.

Os corredores estavam apagados e a única luz que iluminava a gente era da cidade.

As janelas estavam abertas.

- Tá, conta você primeiro depois eu. - Ele pro prós.

Merda! Que que eu ia falar?

- Fome. - Essa palavra saiu sem permissão da minha boca.

Ele inclinou a sua cabeça de lado confuso.

Tão fofo.

E sorriu pra minha resposta.

Aquele sorriso, com as luzes espelhando em seu rosto, fez ele ficar mais... Bonito.

Não!

Para!

- E-eu tava com fome, e tava indo pro refeitório comer alguma coisa. - Menti.

- Sabe que o refeitório tá trancado e tem quardas vigiando a escola né? - Disse ele ainda rindo.

Quardas?

Dessa eu não sabia.

- E pra onde você tá indo? - Perguntei curiosa agora.

- Indo te buscar.

Me busca?

Ele olhou pra baixo depois pegou a minha mãe com firmeza, que fez meu coração ir a cem, olhou pra mim e questionou;

- Promete que não vai contar pra ninguém?

Ih, tá me deixando mais curiosa.

Assenti com a cabeça.

Logo começamos a andar até a escada e subindo a mesma.

E que cacete de escola grande!

Passamos por uma sala de dança, que me fez para e olha-la.

- Gosta de dançar? - Ele perguntou do meu lado.

- Eu... Amava dançar com meu irmão.

Eu pude sentir um sorriso se formar na minha boca, e meus olhos arderem.

E sentir uma lágrima rolar em minha bochecha.

*Flesh back*

- Vai vênus! Requebra! - Ele tava sorrindo, parecia tão feliz.

- Você também!

A gente ria tanto, a gente tava se divertindo muito...

* Volta pra vida real*

- Vênus? - Marco pós a mão em meu ombro fazendo eu voltar a realidade.

Quando percebi que estava lágrimegando. Sequei as mesmas rápido me virando pra ele.

- Oi?

Ele parecia preocupado.

Ele estava prestes a dizer algo mas escutamos passos vindo em nossa direção.

Ele segurou minha mão e corremos mais um pouco até ele parar em frente a uma porta escrito... Biblioteca!

Ele me trouxe pra porra de uma biblioteca?!

Fala sério!!

Antes que eu podesse dizer qualquer coisa ele me puxou para dentro.

- Porque uma biblioteca? - Perguntei indignada.

- Porque precisamos passar por aqui. - Respondeu andando para um canto escuro.

Ele parou e fez um sinal com a mão para ir até ele.

Fui.

Quando me deparei era uma janela.

- Aqui tem uma passagem secreta. - Ele estendeu a mão e peguei a mesma.

Uma passagem? Só se for pra morte.

Ele abriu a janela e pulou.

Eu parei na frente dela e olhei pra ele que esperava eu pular.

- Você vai me jogar daí?

- Vem logo.

Pulei.

Subindo a escada se iniciou outra conversa.

- Pra onde tamo indo? - Perguntei olhando a vista.

Era lindo, dava pra ver a cidade toda.

- A um lugar muito especial... Pelo menos pra mim. Só eu sei desse lugar. - Ele tinha chegado ao fim da escada que dobrava pro lado.

Quando cheguei lá, minha boca ficou entra aberta.

Era simplesmente linda aquela vista.

E tinha também um lugar pra helicópteros pousar!

- Desde quando a escola tem helicópteros? - Perguntei olhando pro chão.

Marco não me respondeu. Olhei para Marco que olhava ao redor, percebi o quão bonito era seu sorriso.

Seus olhos encontraram os meus e eu senti aquela brisa gelada bater em meu rosto, me causando um leve arrepio.

Ele veio ando até mim.

E a cada passo que ele dava meu coração acelerava mais.

Por que eu sentia aquilo?

Por que parecia gostar?

Peguei sua mão, e ele me levou até um pano no meio do enorme círculo azul do um "h" no meio e sentou, e eu senti também.

- Você disse que gostava de dançar com seu irmão...

- É...

Travei minha mandíbula.

Senti o calor da sua mão em cima da minha e olhei pra ele, que também já olhava pra mim.

- Se não quiser falar sobre isso, tá tudo bem...

Sorri.

- ... Eu também não confiaria em um garoto que conheceu a dois dias. - Sorriu sem amostrar os dentes.

Ri e depois olhei para a vista.

(...)

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Tô com sono..

Escola interna Onde histórias criam vida. Descubra agora