Lyra, em busca de respostas sobre seu passado, se muda para a cidade natal dos pais e acaba encontrando um amor inesperado em Paul, um homem com segredos próprios. À medida que seus laços se aprofundam, eventos estranhos começam a ocorrer, revelando...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
POINT OF VIEW LYRA
Cinco semanas se passaram desde que eu desembarquei em Forks, e, com o tempo, o que parecia ser apenas um novo capítulo em minha vida começou a se transformar em uma história que eu estava lentamente começando a apreciar. Cada dia aqui trouxe novos desafios e surpresas, e, surpreendentemente, eu comecei a sentir que este lugar tinha algo especial para oferecer.
Eu havia me acostumado com a vida pacata da cidade e, com isso, um sentimento de pertencimento começava a se enraizar em mim. As visitas frequentes aos Johnson se tornaram um ponto de estabilidade e conforto. Cada encontro com a senhora Johnson, com seu chá da tarde e seus bolinhos frescos, era um pequeno refúgio. Eu amava ouvi-la falar sobre os dias antigos, sobre como a cidade era diferente antes de eu chegar. Uma das descobertas mais tocantes foi saber que o senhor Johnson havia servido no exército com meu avô. Eu nunca tinha ouvido falar disso antes. Saber que meu avô tinha compartilhado experiências tão significativas com alguém aqui, alguém que agora estava me oferecendo gentileza e amizade, me deu um novo senso de conexão com ele, mesmo anos após sua partida.
Angela se tornou uma amiga inestimável. Nossa amizade floresceu de maneira natural e constante. Ela me acompanhava durante os almoços e me convidava para estudar depois das aulas. Conversas sobre nossas vidas, sonhos e até mesmo trivialidades se tornaram uma parte essencial da minha rotina. Com ela, eu não sentia a necessidade de colocar uma máscara ou ser evasiva. Angela conhecia as partes de mim que eu tinha começado a compartilhar, e isso era uma sensação de alívio. Por outro lado, o resto dos colegas de escola eram apenas isso-colegas. As interações com Mike e outros eram cordiais, mas a profundidade da amizade que eu tinha com Angela parecia uma exceção, não a regra.
A floresta atrás da minha casa tornou-se um lugar de paz e introspecção. Eu passava horas explorando seus trilhos, imersa no som das folhas e no cheiro da terra úmida. Havia uma beleza tranquilizadora na natureza ao meu redor, algo que eu nunca havia experimentado antes em Londres. A praia de La Push também se tornou um escape precioso. Em um dos raros dias de sol em Forks, o brilho da água e a sensação da areia sob meus pés foram um alívio para minha alma. A visão do sol refletido na água parecia promissora, um lembrete de que mesmo em lugares nublados, há momentos de luz.
No entanto, uma nuvem persistente pairava sobre mim, e era Bela. A tristeza que eu via nela, após a partida de seu namorado, tocava uma corda sensível dentro de mim. A empatia que sentia vinha do meu próprio passado doloroso. Eu tentava ser uma fonte de apoio para Bela, visitando-a e ajudando-a com os estudos, mesmo que, no fundo, eu soubesse que não podia preencher o vazio que ela sentia. A realidade de que Bela estava começando a passar tempo com um novo amigo, em uma reserva indígena, me deixou um pouco insegura sobre como deveria continuar oferecendo suporte.
Mesmo com essas preocupações, minhas tardes com a senhora Johnson sempre traziam um equilíbrio. As conversas sobre o passado, o aroma do chá, e o calor da sua companhia eram como um abraço reconfortante para minha alma. Era uma forma de lembrar que, apesar das incertezas e das dificuldades, havia beleza e bondade para ser encontrada em cada dia.
