BÔNUS PAUL

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Pelos olhos de Paul

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Pelos olhos de Paul...

Se eu fechar os olhos e voltar no tempo, o primeiro momento que me vem à mente é aquele em que vi Lyra pela primeira vez. Era um dia comum, daqueles que parecem não ter importância, sem nada de extraordinário à vista. Mas foi exatamente nesse dia, nessa banalidade da rotina, que algo dentro de mim mudou para sempre.

Eu estava naquele restaurante, Embry estava dando mole para alguma garota sentada na mesa atrás de nós, como sempre, um lugar barulhento, onde as vozes se misturavam e os cheiros de comida pairavam no ar. Nada ali parecia diferente dos outros dias, até que meus olhos pousaram nela. Lyra andava sem se preocupar com o que acontecia ao redor, e não viu quando um carro vinha em sua direção e quase a pegou, eu a puxei para perto de mim e naquele instante, o mundo parou. Tudo ao meu redor se tornou um borrão, um pano de fundo insignificante. Tudo o que importava era ela. Não foi apenas a beleza dela que me capturou, embora fosse impossível não notar.

Era algo mais profundo, algo primitivo, que atingiu a parte mais básica do meu ser. Era como se, de repente, eu soubesse que minha vida tinha um propósito, e aquele propósito estava personificado nela.

Eu sabia, no fundo, que algo maior estava acontecendo. O imprinting, como chamamos, não é algo que pode ser explicado com palavras simples. É uma força dos ancestrais, algo que vai além de qualquer lógica ou razão. E naquele momento, eu senti isso. Senti cada fibra do meu ser se conectar a ela. Tudo o que eu era, toda a minha história, todas as minhas cicatrizes e defeitos, se fundiram e encontraram sentido em Lyra. O imprinting me atingiu como uma onda, devastando qualquer resquício de vida que eu conhecia antes dela.

E foi assim que minha vida mudou, não de forma gradual, mas em um instante, em um único segundo. De repente, tudo o que eu fazia, tudo o que eu pensava, girava em torno dela. Mas, ao mesmo tempo, o medo se instalou em mim. O medo de não ser suficiente, de não estar à altura do que ela merecia. Porque, por mais que o imprinting fosse algo poderoso, eu ainda era eu, com todas as minhas imperfeições, com toda a bag...com toda a bagagem que eu carregava. Era como se o destino tivesse colocado o amor da minha vida diante de mim, mas eu ainda não me sentia pronto para segurá-la, para ser o homem que ela merecia.

Eu nunca fui de me abrir facilmente. Minha vida não foi das mais fáceis. Desde pequeno, eu aprendi a me virar sozinho, a lidar com o mundo sem esperar ajuda de ninguém. Minha mãe, ela era uma boa mulher, amorosa até. Mas ela tinha seus próprios demônios. Vivia assustada, tentando escapar de um inferno que ela não conseguia evitar. Meu pai era o inferno dela. Um homem amargurado, que afogava suas frustrações em álcool e descontava sua raiva em nós. Muitas vezes, ela tentava me proteger, mas havia limites para o que ela podia fazer.

O dia em que ela nos deixou foi um dos piores da minha vida. Eu tinha cerca de 10 anos. Lembro-me de acordar e não encontrá-la em lugar algum. Ela simplesmente havia ido embora. Acho que, em algum lugar do seu coração, ela achava que estava me fazendo um favor, que eu seria mais forte do que ela, que eu poderia aguentar.

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