Lyra, em busca de respostas sobre seu passado, se muda para a cidade natal dos pais e acaba encontrando um amor inesperado em Paul, um homem com segredos próprios. À medida que seus laços se aprofundam, eventos estranhos começam a ocorrer, revelando...
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POINT OF VIEW LYRA
As semanas seguintes passaram rapidamente, cada dia trazendo uma nova onda de desafios e momentos significativos. Minha vida estava dividida entre dois mundos distintos: a escola e a reserva. Na escola, eu me dedicava inteiramente aos estudos, ciente de que meu sonho de entrar em Harvard exigia nada menos que o meu melhor. Já na reserva, encontrava um refúgio nas amizades e nas tradições que, aos poucos, se tornavam uma parte importante da minha vida.
A rotina escolar era intensa. Logo pela manhã, eu me perdia em uma enxurrada de provas, trabalhos e projetos. As matérias se acumulavam, cada uma exigindo mais tempo e atenção. Eu sabia que Harvard não era uma meta simples de alcançar, e isso me pressionava a dar tudo de mim. Minha estratégia era clara: manter minhas notas impecáveis, me destacar nas aulas e participar de todas as atividades extracurriculares que pudessem fortalecer meu currículo. No entanto, por mais que a academia fosse meu foco principal, as relações que eu estava construindo na escola também eram essenciais para mim.
Minha amizade com Angela era um alívio bem-vindo em meio ao estresse acadêmico. Angela era uma pessoa doce, sempre atenta e disposta a ouvir. Nós tínhamos aulas de literatura juntas, onde discutíamos os livros que líamos para a escola. Sentávamos juntas na cafeteria durante o intervalo, conversando sobre nossos interesses e, às vezes, sobre os dramas da vida adolescente.
Em uma dessas tardes, estávamos na cafeteria, saboreando nossos lanches, quando percebi que Angela estava mais pensativa do que de costume. Ela mexia no canudo do seu suco de laranja, parecendo hesitante. Seus olhos castanhos tinham um brilho de incerteza que me fez perguntar o que estava passando por sua mente.
"Angela, você está bem?" perguntei, colocando minha mão sobre a dela, tentando transmitir segurança.
Ela suspirou, e um leve sorriso se formou em seus lábios. "Sim, eu só... estava pensando sobre o baile que está chegando."
Me endireitei na cadeira, interessada. "Ah, o baile! Você está animada?"
Ela deu de ombros, um rubor suave colorindo suas bochechas. "Estou, sim... mas, na verdade, eu estava pensando em convidar alguém para ir comigo."
"É mesmo? Quem?" perguntei, tentando não soar muito curiosa, mas mal conseguindo conter minha animação.
Angela olhou para baixo, quase envergonhada, antes de responder em um sussurro: "Eric."
Minha surpresa foi rapidamente substituída por um sorriso caloroso. "Eric? Sério? Que legal, Angela!" exclamei, tentando incentivá-la. "Vocês dois têm tudo a ver!"
Angela riu nervosamente, ainda brincando com o canudo. "Você acha mesmo? Eu nem sei se ele estaria interessado... E se ele já tiver alguém em mente para o baile?"
"Eu acho que ele ficaria encantado," respondi, tentando parecer confiante para ajudá-la. "Eric sempre foi super legal com você, não? Eu acho que você devia arriscar. Você nunca saberá se não tentar."
