Lyra, em busca de respostas sobre seu passado, se muda para a cidade natal dos pais e acaba encontrando um amor inesperado em Paul, um homem com segredos próprios. À medida que seus laços se aprofundam, eventos estranhos começam a ocorrer, revelando...
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POINT OF VIEW LYRA
A manhã parecia interminável, cada minuto se arrastava como se estivesse preso em um loop de nervosismo. Tentei focar nas aulas, mas meus pensamentos se desviavam sempre para o jantar com Paul. Meu coração acelerava só de pensar nele, e uma ansiedade gostosa se instalava no meu estômago. Como alguém que eu mal conhecia conseguia mexer tanto comigo?
Durante o intervalo, enquanto eu estava guardando meus livros no armário, Angela apareceu ao meu lado, sorrindo como se soubesse de um segredo.
— Lyra, você tá com uma cara de quem tá aprontando algo! — ela comentou, apoiando-se no armário ao lado.
Eu ri, um pouco nervosa, e fechei a porta do armário com um suspiro. — Não é nada demais… Só que eu tenho um encontro hoje à noite.
— O quê? Como assim? E você nem me contou? — Angela me encarou, surpresa, mas com um brilho de animação nos olhos. — Com quem? Conta tudo!
— Foi tudo tão rápido… É com o Paul, aquele cara da reserva que te falei. — admiti, tentando manter a calma, mas meu rosto já entregava meu nervosismo.
— Aquele gato da reserva? Nossa, você se deu bem! — Angela sorriu, claramente animada. — Onde vocês vão?
— Ele disse que é um lugar especial, mas não me deu muitos detalhes… — respondi, mexendo no meu cabelo e evitando o olhar dela, ainda um pouco insegura.
Angela me olhou de cima a baixo, como se estivesse avaliando minhas chances de sobrevivência a um encontro desse nível. — Isso parece incrível! Mas você tá preparada, né? Nervosa?
— Ah, só um pouquinho! — confessei, rindo de leve. — Meu estômago tá uma bagunça, como se tivesse uma corrida acontecendo lá dentro.
Angela colocou a mão no meu ombro e me deu um sorriso de apoio. — Relaxa, Lyra. Ele deve estar tão nervoso quanto você. Só seja você mesma e tudo vai dar certo.
Conversamos mais um pouco, ela me deu algumas dicas sobre como me comportar, o que vestir, e claro, fez questão de me lembrar de manter a calma. O toque do sinal nos tirou da nossa conversa, mas o sorriso de Angela me seguiu até o final das aulas.
Assim que a escola acabou, fui direto para a casa dos Johnson, onde passava quase todas as minhas tardes. A senhora Johnson estava na cozinha, como sempre, preparando algo delicioso que enchia a casa com um aroma aconchegante.
— E então, querida, como foi o seu dia? — perguntou ela, com aquele sorriso caloroso que sempre me fazia sentir em casa.
— Foi tudo bem… Mas, na verdade, estou meio nervosa. — respondi, colocando minha mochila no chão e me sentando na mesa.
Ela levantou uma sobrancelha, curiosa. — Nervosa? Por quê?
Eu sorri timidamente. — Tenho um encontro hoje à noite.
