Lyra, em busca de respostas sobre seu passado, se muda para a cidade natal dos pais e acaba encontrando um amor inesperado em Paul, um homem com segredos próprios. À medida que seus laços se aprofundam, eventos estranhos começam a ocorrer, revelando...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
POINT OF VIEW LYRA
Depois daquela noite na fogueira e do nosso primeiro encontro, Paul e eu começamos a nos ver com mais frequência. Embora ainda não fôssemos oficialmente um casal, havia algo inegável crescendo entre nós. Nossas conversas tornaram-se mais profundas, cheias de risos e de um entendimento silencioso que surgia sempre que nossos olhares se encontravam. Era como se algo, mesmo que não falado, nos unisse cada vez mais.
Naquela manhã, acordei com o som insistente do meu celular vibrando na mesa de cabeceira. Ainda meio sonolenta, peguei o telefone e vi o nome de Kim piscando na tela.
— Bom dia, dorminhoca! — A voz dela estava cheia de entusiasmo, o que me fez sorrir mesmo antes de estar totalmente acordada. — Que tal passar o dia na reserva comigo? Tenho algumas coisas incríveis para te mostrar. Vai ser muito divertido!
Havia algo no jeito de Kim que tornava qualquer convite dela irresistível. Mesmo com o sono ainda pesando em minhas pálpebras, concordei sem hesitar.
— Parece perfeito! Me dê um tempinho para me arrumar, e já estou a caminho.
Passei o resto da manhã com uma expectativa animada, quase como uma criança esperando pelo primeiro dia de férias. Conforme eu dirigia até a reserva, meu coração acelerava a cada curva das estradas sinuosas cercadas por florestas densas. As árvores altas pareciam formar um túnel natural, bloqueando parte da luz do sol e criando uma atmosfera de mistério. Era como se eu estivesse entrando em um mundo diferente, onde o tempo passava mais devagar, de maneira tranquila e serena.
Quando finalmente cheguei à reserva, vi Kim me esperando na frente da casa dela. Ela acenou com entusiasmo assim que estacionei, o sorriso largo e acolhedor no rosto irradiando uma energia contagiante. Antes que eu pudesse sequer abrir a porta do carro, ela já estava me puxando para um abraço apertado.
— Você não vai acreditar nas coisas que tenho para te mostrar hoje! — disse ela, me soltando e me olhando com olhos brilhantes de excitação. — Quero que você conheça La Push de verdade, como nós a vemos.
Senti meu entusiasmo crescer ainda mais enquanto Kim me guiava por uma trilha de terra que serpenteava por entre as árvores. A reserva tinha uma serenidade única, algo que era difícil de encontrar em qualquer outro lugar. Havia uma sensação de continuidade, como se aquele lugar fosse o guardião de histórias antigas, sussurradas pelas árvores e pelo vento.
— É engraçado — comentei, quebrando o silêncio confortável que se instalara entre nós. — Como tudo aqui parece... conectado. Como se cada árvore, cada pedra tivesse uma história para contar.
Kim assentiu, seu sorriso se alargando ainda mais.
— Exatamente! A terra, o mar, as pessoas... todos somos parte de algo maior. E cuidamos uns dos outros assim como cuidamos deste lugar. Aqui, não somos apenas indivíduos; somos uma comunidade, uma família.
