15 de setembro de 2026, 03h22am
Estava deitado na cama, com a pequena Annie ao meu lado. A loirinha dormia feito um anjo, com a feição tranquila. Já comigo, era diferente, o sono não vinha em momento algum. Rodava por toda a cama, mas não achava uma posição confortável para finalmente dormir.
Chegamos tarde em casa, pois fomos na festa de aniversário de Jisung, que estava todo alegre. Ele agradeceu todos nós pela presença, deixando claro seu carinho e recebeu, como surpresa, uma homenagem ao Felix, o que não deixou apenas ele emocionado, mas todos que estavam presentes, menos Annie, que não o conheceu.
Sendo sincero, sinto que chorei mais no aniversário de Jisung do que em qualquer outro.
Me levantei da cama, descendo até a cozinha e pegando um copo de água, sentindo uma sensação estranha pelo meu corpo. Um arrepio na minha espinha fez com que eu largasse o copo de vidro na pia e corresse até o quarto, onde enxerguei uma figura atrás do corpo de Annie. Meu corpo gelou. Eu não conseguia mover um músculo sequer.
Observava a figura acariciar os cabelos da minha filha lentamente, enquanto a pequena ainda dormia. Não conseguia ver seu rosto, apenas seus cabelos claros e suas mãos pequenas.
─ Sai de perto da minha filha agora... ─ disse em um tom baixo, mas suficiente para que ele me escutasse. Mas meu corpo gelou novamente. No momento em que ele levantou sua cabeça, não podia acreditar no que estava vendo. Seria uma ilusão minha? Como isso pôde acontecer?... ─ F-felix?...
Disse em um suspiro, vendo o meu amado ali, com a nossa pequena filha. Ele me olhou e sorriu para mim. Felix se levantou, alongando-se um pouco, como de costume, ele nunca pôde ficar muito tempo sentado, ou deitado, em uma posição no qual deixasse sua coluna curvada, as dores que viriam depois disso eram insuportáveis para ele.
Notei suas roupas, exatamente as mesmas do dia em que ele se foi. A camisa larga preta, junto com a calça cargo, em um tom verde escuro. Seus tênis também verdes e a corrente dourada grossa em seu pescoço. A pulseira delicada, feita com um barbante preto e uma bolinha branca com um coraçãozinho vermelho no meio. Os brincos em suas orelhas e o pior de todos, o seu sorriso estampado enquanto me olha.
─ Mas... Como? ─ disse sem quebrar o contato visual, estava estático, não conseguia olhar para outra coisa a não ser ele. E lentamente, ele se direcionou até mim, fazendo com que eu me afaste, ainda assustado. Mas ele consegue me agarrar e me abraçar, uma coisa no qual ele com certeza faria. Ele solta o abraço e segura em meus rosto, e sem dizer nada sela um selinho demorado em meus lábios trêmulos.
Narração pov ⚊٭
Hyunjin sentia imensas saudades de seu amado, tantas que não eram possíveis de serem explicadas em palavras, apenas em toques. A maior demonstração de amor dos dois garotos.
Mas ainda sim estava assustado, não sabia como era capaz de enxergar o loiro à sua frente. Aquilo era inexplicável para Hyunjin. Mas de qualquer forma, sabia que aquilo era uma obra espiritual que faria um bem enorme para si.
E mesmo com medo, Hyunjin se fundiu ao abraço de Felix, sua saudade do mais novo era bem maior do que o medo de ser um espírito maligno ou qualquer baboseira do tipo.
─ Mas como? Como isso é possível, Felix? Você morreu nos meus braços... ─ Hyunjin dizia em soluços, se tremendo por completo. Para o mais velho, aquilo poderia ser mais alguma alucinação sua, como já havia acontecido outras vezes durante esses dois longos anos sem o seu raio de sol.
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O que o amor vira quando chega o fim?
FanfictionApós o trágico fim com o (ex)namorado, Hyunjin escreve uma carta cheia de sentimentos. Sentimentos esse que incluem seu nome, o nome de seu amado, músicas que ouviam juntos, momentos inesquecíveis e algumas lágrimas pela folha de papel amarelada. ─...