O Impossível - Severus Snape

Adeus ao Meu Outro Eu

O velório de Cedrico foi um evento profundamente doloroso, envolto em um luto pesado que permeava o ambiente. A grande sala estava cheia de estudantes, professores e membros da comunidade mágica, todos reunidos para prestar suas últimas homenagens e expressar sua tristeza pela perda. Havia uma sensação de tristeza coletiva, um luto que unia todos em uma dor comum.

Sofia, apesar dos esforços para se recuperar após sua tentativa de suicídio, estava em uma situação extremamente vulnerável. A perda de Cedrico foi um golpe devastador que reabriu todas as feridas que ela havia começado a cicatrizar. Seu progresso parecia ter sido apagado pelo peso da nova dor.

Quando ela entrou na sala e viu o caixão de Cedrico, a realidade do que havia acontecido atingiu-a com força total. A imagem de seu irmão, imóvel e em paz, era um contraste cruel com a vitalidade que ele havia representado. A dor dela se manifestou de maneira visceral e aguda.

Sofia se aproximou do caixão, seus olhos se fixando em Cedrico. As lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, e sua respiração estava acelerada e irregular. O choque e o desespero tomaram conta dela quando percebeu um detalhe que lhe parecia fundamental.

Sofia: N-não... — ela balbuciou, sua voz tremendo. — Quem vestiu ele assim? Os óculos! Cadê os óculos? Ele não enxerga sem os óculos!

A angústia em sua voz era palpável, e ela começou a procurar freneticamente ao redor do caixão, sua mente focada na imagem de Cedrico sem seus óculos. A ideia de que ele pudesse estar sem algo tão essencial para ele parecia quase insuportável. A visão dela estava embaçada pelas lágrimas, e o sentimento de desamparo era esmagador.

Sem conseguir lidar com a situação, Sofia caiu de joelhos ao lado do caixão. Seus gritos eram abafados por uma dor tão profunda que parecia que seu coração estava se despedaçando. Ela se encurvou sobre o corpo de Cedrico, seus lamentos ecoando pela sala enquanto tentava compreender a realidade do que havia acontecido.

O ambiente ao redor se encheu de uma tristeza ainda mais profunda ao testemunhar o desespero de Sofia. Muitos dos presentes estavam visivelmente comovidos, e alguns começaram a se aproximar para oferecer conforto e apoio. Snape, profundamente tocado pela cena, se aproximou cuidadosamente.

Snape: Sofia — disse ele, sua voz suave e cheia de compaixão — Cedrico não precisa dos óculos agora. Ele está em paz. Nós precisamos lembrar dele como ele foi em vida, não como ele está agora.

Ele tentou tocar o ombro de Sofia, oferecendo um apoio silencioso, mas ela estava consumida pela dor e não conseguia ouvir. Madame Pomfrey e outros membros da equipe médica vieram para ajudar, tentando acalmar Sofia e fornecer suporte emocional.

Com muito esforço, Snape e Madame Pomfrey ajudaram Sofia a se levantar e a se afastar do caixão. Eles a levaram para um local mais calmo, onde ela poderia se sentar e ser cuidada. Snape permaneceu ao seu lado, oferecendo palavras suaves e gestos de apoio, enquanto Madame Pomfrey fornecia um cuidado mais prático.

A dor de Sofia era intensa e a recuperação seria uma jornada longa e difícil. A perda de Cedrico era um golpe devastador que afetava não apenas Sofia, mas todos ao seu redor. Snape, agora mais do que nunca, estava comprometido a ajudar Sofia a encontrar um caminho para lidar com a dor e a perda, mesmo sabendo que seria um caminho repleto de desafios e lágrimas.

No altar, diante de um grupo de pessoas que observavam com corações pesados, Sofia subiu com dificuldade, sua presença frágil refletindo a profundidade da dor que carregava. A sala estava em um silêncio profundo, uma quietude reverente em torno dela enquanto ela se preparava para falar sobre Cedrico.

Com o papel nas mãos, Sofia se posicionou em frente ao caixão de seu irmão, suas mãos visivelmente tremendo. Ela respirou fundo, tentando encontrar a força para começar, mas a dor e o luto eram palpáveis.