Nos Intervalos do Tempo

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Nos dias seguintes à noite em que Sofia e Snape passaram juntos, a dinâmica entre eles começou a mudar de forma sutil, mas perceptível. Durante as aulas de Poções, agora havia uma tensão diferente, uma proximidade que ambos pareciam incapazes de ignorar.

Sofia sentava-se em seu lugar habitual na sala de aula, ciente dos olhares que Snape lhe dirigia de vez em quando. Não eram os olhares críticos e cheios de desprezo que ele costumava lançar em sua direção. Em vez disso, havia algo mais intenso, como se ele estivesse sempre à espera de uma oportunidade para se aproximar mais, mas sem saber exatamente como fazer isso.

Snape, por sua vez, lutava contra a confusão de sentimentos que aquela proximidade crescente lhe causava. Ele tentava manter sua fachada severa e profissional, mas cada vez que seus olhos encontravam os de Sofia, ele sentia a barreira que havia construído ao longo dos anos começar a rachar. Durante as aulas, ele se esforçava para tratá-la como qualquer outra aluna, mas suas palavras muitas vezes saíam mais suaves, suas críticas menos mordazes.

Era uma tarde comum em Hogwarts, e a sala de Poções estava cheia de alunos preparando suas misturas sob a supervisão atenta de Snape. O som de caldeirões borbulhantes preenchia o ambiente, misturado ao murmúrio baixo das conversas dos estudantes.

Snape caminhava pela sala, observando o trabalho dos alunos com seu olhar crítico habitual. Quando se aproximou da mesa de Sofia, ele parou por um momento, observando-a enquanto ela adicionava cuidadosamente um ingrediente à poção.

Snape: Senhorita Diggory, certifique-se de mexer no sentido anti-horário, ou sua poção pode ficar instável. — ele diz, com uma voz mais suave do que o normal

Sofia levantou os olhos para ele, surpresa pela gentileza em sua voz. Ela assentiu, seguindo as instruções, e percebeu que Snape ficou por mais alguns segundos ao lado dela, observando seu progresso antes de seguir em frente. Havia uma leveza no ar entre eles, algo que os outros alunos não notavam, mas que era palpável para os dois.

No tempo livre, Sofia começava a notar as pequenas coincidências que pareciam aproximá-la de Snape. Frequentemente, ao se retirar para a biblioteca para estudar, ela o encontrava lá, mergulhado em seus próprios livros e pergaminhos. Embora ele sempre parecesse concentrado em seu trabalho, Sofia sentia sua presença de uma maneira que era impossível ignorar.

Uma tarde, enquanto ela revisava um pergaminho de Herbologia, Snape apareceu na biblioteca e, após uma breve hesitação, sentou-se na mesa ao lado dela. Eles estudaram em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos, mas a proximidade era inegável. Sofia podia sentir a presença dele ao seu lado, e cada movimento que ele fazia, por menor que fosse, parecia carregado de significado.

Depois de um tempo, Snape quebrou o silêncio, sua voz baixa para não perturbar a quietude da biblioteca.

Snape: Precisa de ajuda com alguma coisa, senhorita Diggory? — ele diz, calmo, quase hesitante

Sofia levantou os olhos de seu pergaminho, surpresa por ele ter falado. Havia uma gentileza em sua oferta que a fez sorrir levemente.

Sofia: Na verdade, estou bem por enquanto, professor. Mas agradeço. — ela diz, com um pequeno sorriso

Snape assentiu, mas não voltou imediatamente ao seu trabalho. Em vez disso, ele permaneceu ali, seus olhos vagando brevemente pela pilha de livros de Sofia antes de finalmente voltar ao seu próprio livro. Embora não tivessem trocado muitas palavras, havia uma sensação de conforto na presença um do outro, como se ambos soubessem que não estavam sozinhos naquele momento.

Durante as refeições no Grande Salão, a proximidade entre Sofia e Snape se manifestava de maneira ainda mais sutil. Sofia se sentava com seus amigos na mesa da Sonserina, mas não podia deixar de sentir os olhos de Snape sobre ela de vez em quando. Ele estava sempre no mesmo lugar, na mesa dos professores, mas parecia mais atento aos seus movimentos do que qualquer outra coisa.

O Impossível - Severus Snape Onde histórias criam vida. Descubra agora