Capítulo 6: No Sonho em que Ainda Estou Acordado

64 11 2
                                    


Bueng arregalou os olhos. "P... você tem certeza?"

"Mais do que certeza", eu disse, olhando para todos.

"Não é um sonho. Esta casa é assombrada por espíritos. Mesmo que a empresa nos tenha dito que nunca houve assassinatos ou mortes aqui, isso é uma mentira. Algo está sendo escondido, e os espíritos não estão em paz."

Eu contei a eles o que havia acontecido. Cada minuto aumentava o terror. Quando terminei, todos estavam pálidos. Ninguém duvidava de mim. Tudo o que passamos juntos fez com que ninguém mais questionasse as coisas bizarras que nos cercavam.

"Isso é assustador demais", disse P'Namwa com a voz trêmula. "O que eles querem? Por que fizeram isso com Khen?"

Eu balancei a cabeça. "Não sei."

"Se você encontrar com ele de novo, ele vai te matar?"

Eu fiquei sem palavras. Todos se entreolharam sem saber como resolver isso. P'To deu um soco na parede e gritou: "Por que eu tenho que ficar preso nesta casa mal-assombrada?!"

As palavras de P'To me fizeram pensar. Eu olhei para eles. "Por que todos ainda estão aqui? Ninguém conseguiu sair?"

P'Tan respondeu com uma expressão séria. "Ninguém."

Ao ver que eu ainda estava chocado, P'Tan continuou.

"Eu e Namwa saímos juntos, pegamos um ônibus que ia até o portão de Tha Phae, planejando pegar outro para a rodoviária de lá, mas quando descemos em Tha Phae..."

A voz de P'Tan sumiu. Seus lábios se apertaram, como se ele não conseguisse continuar. "Nós esquecemos", disse P'Namwha, com lágrimas nos olhos. "Descemos e começamos a passear, tirar fotos, tomar café, como se estivéssemos apenas passeando. Os outros também."

Eu fiquei estupefato, olhando para os outros com choque e descrença. Mas os olhares que eles me devolveram confirmavam o que P'Namwha disse.

"É, todos esqueceram", P'To falou com a voz dura.

"Chegando a um certo ponto, todos esquecem o que pretendiam fazer. Eu fui até o mercado, em vez de procurar uma maneira de sair, acabei parando para comer e depois voltei para cá. Só lembrei do que eu pretendia fazer quando pisei de novo nesta casa."

Nós ficamos em silêncio. Só havia uma coisa clara em nossas mentes... nós estávamos sendo controlados, completamente, sem escapatória.

"Mas tem uma coisa que ainda me incomoda", Disse Bueng. "Por que P'Khen é o único que está vendo fantasmas, sendo enganado diretamente, tanto pelo fantasma da mulher no quarto quanto pelo do filho do dono da casa? Mas eu, que tenho um senso para essas coisas, não vi nada do que P'Khen viu."

Todos nos entreolhamos.

"É... por que será?", disse P'Namwa. "Antes disso, Khen nunca teve uma sensibilidade especial para essas coisas."

Bueng me olhou com uma expressão preocupada. "Eu acho que é melhor o P'Khen não ficar sozinho."

"O que você quer dizer?", perguntou P'To.

Bueng hesitou. "Vocês já ouviram falar de 'substituição de morte'?"

"Ei!" Todos os outros gritaram. Eu fiquei arrepiado, enquanto P'Tan falava rapidamente: "Bueng, você está falando do que se ouve nos programas de histórias de fantasmas? Quando alguém se muda para um apartamento ou dormitório onde alguém se suicidou, e começa a ver imagens de pessoas pulando da janela, mesmo que o quarto seja nos andares superiores do prédio? E um dia, a pessoa acaba pulando da janela também?"

Em uma noite de luarOnde histórias criam vida. Descubra agora