Com Amor, Aisha: A Vingança Dos Caveiras ( EM ANDAMENTO )

Capitulo 55 ( Mortas?) Reta final

Aisha:

Depois de meses afastada de uma das coisas que mais amo, olhei no espelho e vi aquela roupa em mim. Queria que Madison estivesse aqui, e confesso que chorei enquanto me lembrava dela. Minha avó fazia falta, mas eu sabia aonde estava, e onde eu podia a encontrar sempre que sentisse sua falta, mas Madison não. Eu não sabia onde ela estava, e era isso que me doía.

Suspirei, e esperei que terminassem de retocar a minha maquiagem. Sorri gentilmente para a maquiadora e ela saiu me deixando olhar no espelho mais uma vez. Eu estava linda. Dificilmente eu explicaria a sensação que estava sentindo agora. Um vestido verde intenso, que realçava a cor de meus cabelos, estava em meu corpo. Ele brilhava muito, e destacava muito bem as minhas pernas, que exalava sensualidade nas coxas. Por um segundo esqueci de tudo, e sorri enquanto via os meus próprios olhos verdes que se assimilavam com a cor daquele mesmo vestido em mim. Respirei fundo e dei um último retoque na maquiagem, antes de preparar os meus patins.

Me agachei e os coloquei em meus pés, olhei para as flores em cima de uma mesinha próxima, e derramei uma única lágrima enquanto me lembrava de minha avó. Era como se ela estivesse ali. Como se estivesse feliz e torcendo por mim. Apertei os olhos, e mentalmente sussurrei: Eu vou te dar muito orgulho Dona Diva.

Mais uma lágrima escorreu, mas aquela foi a última, pois eu não podia sonhar em borrar minha maquiagem. Escutei os sons do lado de fora do meu camarim. As pessoas estavam agitadas e o anúncio das apresentação começou. Olhei pela brecha de uma cortina e vi ao longe uma vidraça pequena, mas que guardava o tesouro que todos buscavam, inclusive eu.

Eu precisava de mais um daqueles na minha estante.

Eu não tinha muito troféus, mas sabia que depois que ganhasse aquele, muitos outros me encontrariam.

Respirei fundo mais uma vez, e pela mesma brecha daquela cortina, vi Aaron. Parecia calmo e estava torcendo por mim, mas estava sozinho e só então me lembrei de como os serpentes eram antes de tudo aquilo. Faltava tanta gente, mas eles não estariam aqui nem se eu quisesse. Cobra, que estava morto, Aiden agora estava no lado inimigo, Bryan que também não era de confiança, Madison que ainda estava desaparecida, mas havia uma pessoa que eu não imaginava que estivesse ali.

Melanie. 

Ela estava mesmo ali, e por mais que eu não confiasse nela, assim como não confiava nos outros, fiquei feliz.

Era a hora.

Meu coração disparou, e após mais uma apresentação se encerrar, escutei meu nome. Fiquei tensa, com as mãos trêmulas, mas procurei me acalmar trazendo na mente a pessoa que mesmo não estando mais entre nós, sabia que estava aqui. De todos eles, era ela quem estava me dando forças, e eu sabia que conseguiria.

Abri as cortinas e sorri para a multidão que gritou ao me ver. Nem em meus maiores sonhos imaginei aquilo. Aquela cena, aquelas pessoas, aquela vibração, aquela torcida. Eu estava pronta. Me mantive na minha postura, e desta vez não como cisney branco, mas como... Aisha. Fixei o olhar para o chão e subi meus olhos pouco a pouco para a enorme pista abaixo de meus pés. O som tocou suave de início, e flutuei no gelo como sempre fazia. Criei asas e me envolvi em pura doçura. Era surreal.
Deslizei de novo, de novo, e de novo, até que o som me deixou mais envolvida, mais solta, e abusei dos passos que aquele som me levavam. Não me lembro de ver a cara de ninguém, mas me lembro de imaginar elas enquanto saltava como ninguém e escutei os aplausos assim que terminei. Uma gota de suor escorreu em meu rosto e ela foi seguida por outra enquanto aquelas pessoas que ainda me aplaudiam de pé e gritavam meu nome. Era o meu nome da boca delas. Realmente era o meu nome.

── Muito bom, Aisha. ── Harley me abraçou. Eu podia sentir o orgulho que ela sentia de mim. ── Você foi espetacular. Foi perfeita. ── Ela me abraçou mais uma vez, e eu retribui aquele abraço. Agradeci ao público e minutos depois estávamos de volta ao camarim. Ainda falta mais uma apresentação, da chamada rosa vermelha, mas eu estava confiante. Sabia que hoje levaria aquele prêmio.