Capitulo 56 ( Os verdadeiros culpados ) Reta final

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Aisha:

── Como vai, Aisha? ── Tia Elisa perguntou calmamente. Se aproximou, e me abraçou. Fiquei meia imóvel, mas logo ela tornou a me olhar. ── Não quero que fiquei aqui sozinha nessa casa. Aqui não tem memórias boas e você não pode ficar sozinha.

── Eu estou bem. ── fui curta. Era mentira, eu não estava bem aqui, mas preferia viver em qualquer outro lugar no mundo, menos com ela. Não sei o que estava acontecido, mas passei a sentir medo da Tia Elisa. ── Sei me virar sozinha. Sem contar que estou aqui a meses, então porque só se importou comigo agora?

Ela suspirou.

── Me perdoe, Aisha. Me perdoe. Eu achei que precisasse do seu tempo, e eu também estava tendo o meu. ── ela respondeu. ── Mas não deveria ter deixado você tão desamparada. A morte da sua avó foi repentina, e o que dizer da Madison? Pobre garota.

── Madison não está morta! ── falei irritada. Ela estava lamentando? ── Por que está se lamentando? Madison não morreu! Ela está viva, e vai aparecer em breve.

── Aisha... eu sei que parece difícil, e eu sinto muito por tudo que passou em tão pouco tempo, mas... mas é o que todos dizem.

── O que eles estão dizendo é mentira! ── gritei. ── E eu quero que vá embora agora. Quero que saia daqui, porque você também é uma mentirosa igual a eles.

Tentei fechar a porta, mas ela a empurrou. Olhou pra mim meia confusa, e me confrontou.

── O que deu em você? ── perguntou. ── Aisha, sou sua tia. Eu te amo e estou aqui por você. Estou aqui porque quero te ajudar, e você precisa de mim.

── Pois fique sabendo que eu não confio em você. ── falei sem ao menos entender a minha própria reação. ── Eu te perdoei tia, perdoei todo passado que você e a minha mãe tiveram, mas por alguma razão, seja qual for, não consigo mais olhar pra você como antes. Para ser franca, acho que nunca te perdoei de verdade.

── Não diga isso, Aisha. ── ela pediu. ── Sabe que me machuca. Eu amei você desde que nasceu. Eu amei você tanto quanto a sua mãe.

── Será mesmo? ── indaguei. ── Será mesmo que você me amou, ou amou a pessoa que você estava vendo em mim?

── Do que você está falando?

── Estou falando do David! ── respondi. ── Do homem que provocou todo isso. Do homem que você defendeu mesmo tendo abusado da minha mãe!

── Ele não abusou da sua mãe! ── ela rebateu. ── Quantas vezes terei que lhe fala que você não veio ao mundo através de um estrupro. Sua mãe criou aquilo! Ela criou tudo isso, e o David não teve culpa. Ele não fez nada, é quer concertar as coisas.

Parei meia queita, em silêncio e tentei assimilar tudo que estava ouvindo.

── Como ele quer concertar as coisas se estava enterrado, porra?! ── xinguei. ── E mesmo que ele ainda estivesse vivo. Mesmo que quisesse me ver e me falar sobre tudo que estava escrito naquele diário, eu o mandaria ir para o inferno sem pensar duas vezes! Chamaria a polícia, e diria que o meu pai, o homem que você diz ser meu pai, não passa de um estuprador!

E de repente, ela me deu um tapa no rosto. Coloquei as mãos sobre a minha pele, e respirei ofegantemente enquanto ainda assimilava aquilo.

── Retire tudo que disse, Aisha. ── exigiu. ── Você não sabe de nada! Você e a sua mãe são iguais! Você, a sua mãe e a dona diva são iguais. Vocês todas são iguais, e é por isso que eu preferi me afastar. Mas eu ainda tentei com você, tentei tirar você do ambiente doentio que é essa casa, mas você é igual a sua mãe! Você e ela são iguais!

Com Amor, Aisha: A Vingança Dos Caveiras ( EM ANDAMENTO )Onde histórias criam vida. Descubra agora