Capitulo 54 ( O pedido) Reta final

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Aisha:

Nada me doeu tanto quanto aquilo, nem mesmo a morte da minha mãe, a quem eu já havia perdoado. Foi como se uma metade de mim fosse junto com ela. Como se eu também tivesse morrido junto com ela naquele hospital. E o pior de tudo, é que ela se quer deu indícios de que iria. Ela parecia bem, e agora tudo que deixou comigo foi a última conversas que tivemos. Queria te dito a ela mais vezes que a amava. Mesmo que fosse naqueles último segundos, eu queria tanto, tanto dizer pra ela que sem ela, nada fazia sentido, e que eu não era ninguém sem ela. Como eu suportaria isso? Como aguentaria viver um segundo da minha vida sem a presença da minha avó dizendo que eu estava errada, implicando comigo e brigando? Como eu entraria naquela casa e lhe daria com a falta dela?

Por que isso tudo estava acontecendo?

O que eu fiz de errado?

── Eu sinto muito. ── Aaron repetia, era como se ele não soubesse o que dizer. Ele estava o tempo inteiro perto de mim, mas não sabia o que fazer a não ser me consolar. Abracei meu próprio corpo, enquanto encarava o caixão. Minha avó estava nele, mas assim como no hospital, parecia serena. Tranquila, como se sua partida tivesse sido tranquila. Olhei aos arredores, e boa parte dos meus parentes estavam ali. Todos chorando e lamentando a nossa perda. Lembro de encarar uma vela acessa, e as chamas crescidas formaram a sobra de alguém se aproximando.

Era a Tia Elisa.

De repente, meu corpo arrepiou. Ela parecia mal pois seus olhos estavam vermelhos pelo seu nítido choro, e usava uma roupa preta enquanto o seu acompanhante a consolava.

Tomei um susto quando o reconheci.

Túlio.

Eles estavam mesmo juntos.

── Aisha ── tia Elisa olhou para mim. ── Você está aí. ── E então, ela caminhou na minha direção e me abraçou. Me abraçou fortemente enquanto chorava. No entanto, meu corpo recuou como se fugisse daquilo, e eu não entendia. Ela suspirou, mas se quer percebeu a minha fuga. ── Como isso aconteceu? Ela parecia tão bem.

Engoli o seco, e passei os dedos sobre minhas lágrimas.

── Eu também pensei que ela estivesse bem.
── falei. ── Eu conversei com ela naquele hospital, e ela parecia bem. Não consigo entender o motivo de vê-la aqui com todas essas pessoas olhando e chorado.

Aaron apertou meus ombros ao vê que minhas crises estavam voltando. Eu já não aguentava.

── Acho melhor você tomar um pouco de água. ── ele falou. Segurou minha mão e me afastou de tia Elisa. ── Você precisa se acalmar Aisha.

── Mas ela estava bem, não estava? ── olhei pra ele. ── Aaron, ela estava bem. O médico viu. Eu vi. Ela passou todos esses dias bem na nossa casa. Estava ótima durante meses e naquele hospital também. Mas por que... por que ela tá aqui? ── olhei pro caixão. Em seguida me afastei dele, e comecei a chamar a atenção de todos. ── Minha avó estava bem. Ela estava ótima, e não estava doente. Minha avó estava em casa, e se não fosse aquela maldita conversa, talvez ela ainda estivesse viva!

── Aisha ── Aaron tentou se aproximar, mas eu não deixei. ── Aisha, calma.

── A culpa é minha, Aaron! ── solucei. ── eu matei ela! Eu matei a minha avó no instante em que perguntei sobre a morte da minha mãe!

E de repente, tia Elisa esbarrou seu braço na mesma vela que sinalizou a sua chegada, e a derrubou sobre o chão, fazendo com que as chamas da mesma surgissem na grama do jardim que estava sendo velada minha avó. Um forte cheiro de fumaça cobriu, e todos correram na direção do fogo, que apesar de baixo, assustou todos presentes. No entanto, eu não me movi, olhei pra ela, para a tia Elisa, que se mantinha parada, atrás das chamas com um olhar inquieto, e as chamas tornaram a subir. paralisei ali, enquanto tentava decifrar tudo que minha mente dizia, até vê Túlio se aproximar ela, e a puxar para perto como se estivesse com medo de que ela se queimasse.

Com Amor, Aisha: A Vingança Dos Caveiras ( EM ANDAMENTO )Onde histórias criam vida. Descubra agora