Linha de Fogo - Carolana

Capítulo 1: O Início da Rivalidade

O ginásio estava tomado por uma atmosfera eletrizante. As luzes intensas refletiam nas superfícies brilhantes da quadra polida, enquanto o som das arquibancadas repletas de torcedores apaixonados reverberava pelas paredes, criando um mar de vozes que se misturavam em um rugido uníssono. Banderolas coloridas balançavam freneticamente, exibindo o orgulho das duas equipes que se enfrentavam naquela final histórica.

De um lado da quadra, S/N ajeitava a faixa no cabelo com um gesto determinado, os olhos focados no outro lado da rede. Ela era conhecida por sua confiança inabalável e carisma contagiante, que atraía a atenção tanto de fãs quanto de colegas. Seu uniforme azul e dourado, já manchado de suor, moldava-se ao seu corpo ágil, destacando a força de cada músculo preparado para o próximo ataque. S/N era a estrela da sua equipe, a jogadora que todos contavam para virar o jogo nos momentos decisivos.

No lado oposto, Carolana esticava os braços acima da cabeça, alongando-se como uma pantera pronta para atacar. Seu olhar era afiado, cada movimento calculado com a precisão de quem conhecia a quadra como a palma da mão. A central, alta e imponente, trazia consigo uma presença intimidadora que fazia qualquer adversário hesitar. Seu uniforme preto e dourado parecia uma armadura, e a concentração que irradiava intimidava até os mais experientes. Carolana era o pilar defensivo do seu time, a muralha que as adversárias sabiam que precisavam superar se quisessem vencer.

A partida estava em seu clímax, com as duas equipes empatadas no quinto set. Cada ponto era uma batalha, cada saque, uma tentativa de desestabilizar o oponente. O suor escorria pela testa de S/N enquanto ela se preparava para o saque. Do outro lado, Carolana flexionava os joelhos, pronta para bloquear qualquer tentativa de ataque.

O saque foi potente, a bola cruzando a rede com uma velocidade assustadora. Carolana, com reflexos afiados, posicionou-se perfeitamente, seu salto sincronizado com o movimento da bola. O impacto foi brutal, e a bola voltou à quadra adversária como uma bala, desviada pelo bloqueio impecável de Carolana. A torcida explodiu em gritos, e S/N, sentindo o peso do momento, cerrou os punhos, sua expressão endurecendo.

"É só mais um ponto," pensou S/N, forçando um sorriso para suas companheiras. Mas, por dentro, ela sabia que esse bloqueio representava muito mais que um simples ponto perdido; era o símbolo da rivalidade que havia crescido entre ela e Carolana. Desde os tempos de seleção, as duas nunca se entenderam. O choque de personalidades e a constante competição por destaque no time criaram uma tensão que todos sentiam, mas que nenhuma delas admitia.

Enquanto o jogo seguia, cada movimento das duas jogadoras era acompanhado com atenção redobrada. A rivalidade entre S/N e Carolana tornava a partida ainda mais emocionante. Quando S/N conseguia um ataque bem-sucedido, Carolana estava lá para tentar bloquear ou defender, e vice-versa. Era como se a quadra fosse pequena demais para conter o confronto entre elas.

No ponto decisivo, S/N armou-se para um último ataque. Sua expressão era de pura determinação. O silêncio momentâneo do ginásio fez cada respiração parecer um trovão. Ela subiu para o ataque, dando tudo de si, mas lá estava Carolana, pronta para o bloqueio. As duas se encontraram no ar, os olhares fixos um no outro, e por um breve segundo, parecia que o tempo havia parado.

O som do impacto ecoou pelo ginásio. A bola bateu no bloqueio de Carolana, desviando para o lado da quadra de S/N, tocando o chão antes que alguém pudesse reagir. O grito de vitória do time de Carolana foi ensurdecedor, enquanto S/N caía de joelhos, encarando o chão com frustração.

Ainda no chão, S/N levantou os olhos para Carolana, que a observava com uma expressão séria, quase desafiadora. Havia respeito ali, mas também algo mais profundo, uma competição silenciosa que ambas sabiam que não terminaria naquela quadra. Era apenas o começo de uma rivalidade que, naquele momento, prometia se tornar ainda mais intensa.