O sol da manhã seguinte brilhava intensamente através das janelas do hotel, iluminando os quartos e trazendo uma nova energia para o dia. O café da manhã estava pronto no restaurante do hotel, e as jogadoras começaram a se reunir, todas animadas para a nova jornada que as esperava.
S/N, apesar de sua noite tumultuada, tentou manter o ânimo. Ela sentou-se com Gabi e Julia, conversando sobre o que as esperava no dia. No entanto, sua mente estava longe dali, ainda pensando na proximidade e na tensão da noite anterior com Carolana.
Carolana, por sua vez, estava visivelmente tentando se recompor. Ela chegou ao restaurante um pouco mais tarde que o habitual, com um semblante pensativo e um olhar distante. Ela se sentou com Nyeme e Rosamaria, tentando agir naturalmente, mas seus amigos notaram que algo estava diferente.
Rosamaria, percebendo a mudança na atmosfera, tentou quebrar o gelo. "Bom dia, Carolana! Tudo bem com você?"
Carolana sorriu, mas a expressão não alcançou seus olhos. "Bom dia, Rosamaria. Só um pouco cansada, nada demais."
Nyeme, percebendo a tensão, mudou de assunto. "Então, como vocês acham que vai ser o jogo de amanhã?"
A conversa começou a se animar, com todos discutindo estratégias e previsões para o próximo jogo. No entanto, a presença de Carolana e S/N ainda era um elefante na sala. Ambas tentavam agir normalmente, mas os olhares furtivos e os sorrisos forçados não passavam despercebidos.
Durante o café da manhã, S/N decidiu se aproximar de Carolana para tentar resolver o que havia acontecido. Com um pouco de coragem, levantou-se e caminhou até a mesa onde Carolana estava.
"Posso falar com você um minuto?" S/N perguntou, sua voz um pouco hesitante.
Carolana levantou o olhar, surpresa, mas acenou com a cabeça. "Claro, vamos para um canto."
As duas se afastaram para um local mais tranquilo do restaurante, longe das mesas e da conversa animada dos outros jogadores. O ambiente estava silencioso, e o cheiro do café fresco ainda pairava no ar.
S/N olhou para Carolana, tentando encontrar as palavras certas. "Sobre ontem à noite... eu só queria dizer que não foi minha intenção criar um momento desconfortável."
Carolana respirou fundo, tentando reunir suas ideias. "Não, não foi desconfortável. Na verdade, foi... complicado. Eu só não sabia como lidar com o que aconteceu."
"Eu também não," S/N admitiu. "A verdade é que a noite foi... intensa. Eu não esperava sentir tanta coisa."
Carolana a observou, seu olhar suavizando um pouco. "Eu sinto o mesmo. A rivalidade entre nós sempre foi tão intensa que... nunca imaginei que poderia haver algo mais. E agora, não sei o que fazer com esses sentimentos."
S/N deu um sorriso nervoso. "Eu entendo. É difícil lidar com isso quando tudo que conhecemos é a competição e a provocação."
Carolana assentiu. "Sim. Mas talvez... talvez seja hora de mudar isso. Talvez a gente precise realmente tentar entender o que está acontecendo entre nós."
Havia uma nova sensação de vulnerabilidade no ar, e S/N e Carolana se olharam, reconhecendo a profundidade de seus sentimentos. Ambas estavam cientes de que a relação entre elas estava evoluindo, e a competição estava começando a dar lugar a algo mais complexo.
"Você acha que a gente consegue fazer isso?" S/N perguntou, sua voz um pouco mais suave.
Carolana deu um leve sorriso. "Eu acho que sim. Mas precisamos ser honestas uma com a outra. Precisamos enfrentar nossos sentimentos, em vez de apenas se concentrar na rivalidade."
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Linha de Fogo - Carolana
Hayran KurguS/N, uma jovem e talentosa ponteira de 20 anos, acaba de conquistar sua primeira convocação para a seleção brasileira de vôlei, após uma temporada brilhante pelo Minas Clube. Lá, ela encontra Carolana, uma central experiente de 30 anos, estrela do P...