damn, that shit was bad!

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A escola, que antes era um território controlado, agora se transformara em um labirinto de incertezas. Cada corredor, cada sala de aula, parecia abrigar um eco do que acontecera no ginásio. Mas o pior de tudo era encontrar com Stu naquele momento.

Ele continuava com sua postura desafiadora, seus olhares furtivos e aquele sorriso cínico que eu odiava. Sempre que nossos olhares se cruzavam, havia algo mais lá, algo que eu definitivamente não conseguia ignorar mesmo se quisesse. Eu podia sentir a tensão no ar, a energia que passava entre nós como um fio desencapado.

Não era apenas raiva ou provocação.

Billy não era o melhor em ler as entrelinhas, mas seu inconsciente sabia muito bem o que estava acontecendo ali.

Eu tentei voltar à minha rotina, me esconder atrás das discussões no clube de debate, me cercar dos argumentos e das palavras afiadas que sempre foram minha arma. Mas nada parecia me distrair da lembrança daquele beijo.

Isso estava fora de controle.

Passei o resto do dia tentando encontrar uma maneira de justificar o que havia acontecido. Talvez fosse apenas uma provocação ou outra forma de Stu tentar me desestabilizar. Por mais que eu tentasse acreditar nisso, algo no fundo da minha mente sussurrava que não era tão simples assim.

Certa manhã, quando ele estava saindo da biblioteca, quase esbarrou em Stu no corredor. Por um momento, os dois ficaram parados, se encarando. O silêncio entre eles era ensurdecedor, carregado de tudo o que não haviam dito.

— Vai me ignorar agora, Loomis? - Stu perguntou, quebrando o silêncio, sua voz carregada de um tom quase desafiador, mas havia uma leve hesitação ali.

Billy cerrou os dentes.

— Talvez seja o melhor para ambos.

Stu deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles.

— Ou talvez seja só mais uma forma de fugir.

— Fugir de você? - Billy riu amargamente, tentando esconder o nervosismo que crescia dentro de si. — Não me faça rir, Stu.

Mas Stu não recuou. Ele inclinou a cabeça, olhando Billy de cima a baixo, como se estivesse tentando ver através da máscara que ele sempre usava.

— Você pode tentar se esconder, mas sabe que eu sempre vou te achar.

Sentira que precisava falar alguma coisa, queria falar alguma coisa. Uma reação imediata, mas talvez aquilo fosse muito previsível para si mesmo. Então quando seu cérebro atinou em formular uma resposta afiada, Stuart já havia dado as costas.

Não conseguia o entender e aquilo era o que mais lhe frustrava. Aquele filho da puta era uma contradição ambulante, uma mistura de bravata e vulnerabilidade, e isso me deixava perdido. Eu sempre soube lidar com as pessoas, sempre soube o que dizer para mantê-las à distância. Mas Stu... Ele era diferente.

Era um punkzinho idiota que conseguia me tirar do sério.

Não que isso fosse muito difícil, mas nromalmente tinha o controle de sua paciência. Mas cada vez que olhava para o sorriso provocativo e maldoso daquele Looney Toones, uma parte de si desejava morrer. Seu estômago se embrulhava, podia sentir um demônio dentro de si como um parasita que corroria suas entranhas cada vez que pensava nas brincadeiras perversas daquele maldito.

Felizmente ele me deu dois dias de paz. Havia faltado a escola, por alguns instantes eu esperava que houvesse morrido. Talvez assim esse sentimento estranho passasse. Estava pensando nele, enquanto estava sentado no canto do refeitório com uma bandeja de alimentos quase vazia  - se perguntava se a escola era humilde demais ou apenas pão dura.

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