stuart macher.
domingo.O domingo passava devagar, como se o tempo tivesse se enrolado nos próprios minutos, e cada segundo me obrigasse a pensar mais no Billy. Eu não conseguia tirar as mensagens dele da cabeça. Talvez fosse só coisa da minha cabeça, uma esperança boba de que ele sentisse algo além daquilo que tínhamos. Mas eu sabia o que eu sentia-e não era só o frio na barriga dos encontros escondidos, ou a adrenalina de cada vez que nossos lábios se encontravam. Eu queria mais. Queria tentar algo de verdade.
O céu estava nublado, o vento frio batendo no meu rosto enquanto eu andava até a casa dele. Cada passo até lá me fazia pensar se eu estava sendo idiota, se ele só ia rir da minha cara, ou se... bem, talvez ele quisesse a mesma coisa. Quando cheguei, hesitei por um segundo, os nós dos meus dedos a um milímetro da madeira da porta antes de finalmente bater.
A mãe dele foi quem abriu, e eu senti uma pontada de desconforto. Eu mal a conhecia, e era óbvio que ela também não fazia ideia de quem eu era. Tinha um olhar de quem tenta se lembrar de um nome que nunca ouviu.
- Quem é você? - ela perguntou, com a voz carregada de um cansaço que parecia permanente.
Respirei fundo e forcei um sorriso.
- Ah, eu sou o Stuart... um amigo do Billy. Será que eu posso falar com ele?
Ela levantou as sobrancelhas, surpresa, como se fosse difícil imaginar Billy tendo algum amigo. Isso apertou um pouco meu peito, mas não sei por quê.
- Nossa, o Billy nunca me falou sobre os amigos dele... - Ela parecia avaliar o que eu dizia, como se quisesse descobrir se era verdade só pela minha cara.
Eu dei uma risada curta, meio sem jeito, enquanto coçava a nuca.
- A gente se aproximou faz pouco tempo.
Ela deu de ombros, como se tivesse decidido que tanto fazia, e me deixou entrar. A casa era silenciosa, só o som dos nossos passos subindo as escadas. O ar ali parecia sempre parado, como se o tempo dentro daquelas paredes passasse diferente. Quando chegamos à porta do quarto dele, ela bateu de leve.
- Billy, seu amigo está aqui.
Aquele momento de espera, enquanto ele não respondia, foi insuportável. Eu encarava o chão, pensando se deveria ter desistido e voltado para casa, mas antes que eu pudesse decidir, ouvi a porta se abrindo.
Billy estava ali, encostado no batente, a expressão no rosto dele tão neutra que eu não conseguia ler nada. Mas eu sabia que ele estava surpreso, mesmo que tentasse disfarçar. A mãe dele deu uma última olhada para nós dois antes de descer as escadas, deixando a gente sozinho.
Ele abriu espaço para eu entrar e fechou a porta atrás de mim, o clique do trinco ecoando no silêncio do quarto. Tentei não pensar em como aquilo fazia parecer que a gente estava... preso ali, de certa forma.
- Você não foi pra festa - ele comentou, a voz dele parecia calma, mas eu conhecia o suficiente para saber que ele queria mais do que apenas aquela explicação.
- Não tava com cabeça pra isso, sabe? - Respondi, tentando manter a voz firme enquanto os meus dedos brincavam com o zíper da jaqueta. - Queria falar contigo. Tava pensando em... algumas coisas.
Ele só ficou me encarando, como sempre, esperando que eu me enrolasse nas minhas próprias palavras. Mas eu não podia me dar ao luxo de recuar dessa vez. Levantei o olhar e o encarei, tentando ser honesto, mesmo que aquilo me deixasse vulnerável de um jeito que eu odiava.
- Eu tava pensando... sobre a gente. E... queria saber se... se você também sente alguma coisa, sabe? Porque eu... acho que... eu quero tentar levar isso a sério.
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Fanfic[✅️] " Liberte sua mente Ilumine aonde passa Veja a verdade escondida Na cortina de fumaça " Onde Stu Macher era um garoto rebelde e sempre se metia em brigas depois da escola. Ou onde Billy Loomis, líder do clube de debate, aprende uma lição com St...