cant two people reconect?

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A noite havia se instalado sobre a cidade, trazendo consigo um silêncio pesado e reconfortante. Depois de me despedir de Stuart, voltei para casa com a mente cheia de pensamentos confusos. O dia havia sido um misto de sentimentos, e, ao entrar no meu quarto, eu sabia que precisava de um tempo para me recompor.

Tranquei a porta atrás de mim, o clique do fecho ecoando no vazio do ambiente. A primeira coisa que fiz foi me despir e entrar no banheiro, ligando o chuveiro. A água quente escorria pelo meu corpo, levando embora a tensão acumulada ao longo do dia. Enquanto as gotas caíam, eu deixava minha mente divagar. Pensamentos sobre Stuart, a festa, e tudo o que havia sido dito ainda martelavam na minha cabeça.

Depois de um banho rápido, enxuguei o corpo e vesti uma camiseta surrada e um par de shorts. O meu quarto era um refúgio, uma ilha de calma em meio ao turbilhão de emoções. Olhei em volta, respirando fundo antes de me sentar na beirada da cama. A TV estava ligada, e rapidamente procurei algo que pudesse me distrair. Acabei optando por um filme de terror, algo que sempre ajudava a desviar minha mente dos problemas.

A luz da tela iluminava o ambiente enquanto o filme começava a rodar. O som envolvente e os efeitos de suspense preenchiam o espaço, mas eu sabia que não conseguiria me concentrar por muito tempo. O enredo, apesar de intrigante, logo se tornava um pano de fundo para meus próprios pensamentos.

Depois de alguns minutos, levantei-me novamente, caminhando até a janela. A brisa fresca da noite entrava pela abertura, e eu acendi um cigarro, deixando a fumaça subir em espirais. O ato de fumar me trazia um certo alívio, uma maneira de liberar a ansiedade acumulada.

Fiquei ali, observando a escuridão lá fora. As luzes da cidade piscavam ao longe, e a vida continuava a pulsar, enquanto eu me sentia desconectado de tudo. Era um momento solitário, mas em meio a essa solidão, havia uma sensação de clareza. Eu pensava em Stuart e em como sua presença havia balançado meu mundo. A maneira como ele se mostrava vulnerável, as piadas que fazia, e a forma como eu, por um momento, me senti mais próximo dele.

O filme progredia, mas as cenas sangrentas e o suspense já não capturavam minha atenção. Meu pensamento retornava à conversa que tivemos na praça e à dificuldade que sentia em me abrir para ele. A ideia de ver Stuart em uma festa, cercado por amigos e rindo, me deixava inquieto. Parte de mim queria que ele estivesse lá, mas outra parte queria que ele estivesse longe, como se a distância pudesse me proteger do que eu não queria enfrentar.

Com o cigarro quase acabando, eu soltei a fumaça lentamente, assistindo-a flutuar pela janela. O ar noturno estava fresco, quase gelado, e eu me perguntei como Stuart estaria. Se ele estaria se divertindo, se ainda pensava em mim. Havia algo sobre essa incerteza que me deixava desconfortável.

Decidi que precisava de alguma distração. Voltei para a cama e aumentei o volume da TV, tentando me perder nas imagens. Mas mesmo enquanto assistia, a mente de Billy continuava voltando de onde nunca se desviou: Stu Macher. Deus, como podia pensar tanto naquele garoto? E pensar que há menos de um mês o odiava completamente....

Bom, agora sentia ciúmes daquele mesmo garoto. Aquele punk mascuzinho com um sorriso irritante e olhos vibrantes. Queria não sentir, podia jurar isso. Queria não sentir nada, na verdade, porque não tinha como aquilo dar certo.

Sabia que Stu o amava. Sabia que, se ele era leal com suas amizades, também seria com Billy. Mas Billy podia ser? Quer dizer, não era nenhum Chico Moedas em pleno 2022, conseguia conter suas vontades e, honestamente, cada vez que se aproximava de Stuart, seu coração disparava. Ficava nervoso perto dele. Podia não saher se expressar direito, até porque não ter dito nada depois das declarações do loiro foi meio... babaca de sua parte. Reconhecia isso. Ao mesmo tempo, como podia dizer que amava Stu Macher?

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